A globalização não é coisa nova para os portugueses. São imensos os exemplos de multiculturalidade que influenciaram as nossas raízes ao longo dos séculos. Hoje querem servir o resultado dessas misturas como “portugalidade”, como se isso fosse algo cristalino nunca afectado por outros cunhos. A verdade é que somos o mundo que nos habita, inclusive das comunidades imigrantes que pisaram o nosso solo.
Das 32 medalhas olímpicas que Portugal tem no seu palmarés, 5 foram conquistadas por pessoas nascidas no estrangeiro. O primeiro dos quais foi Francis Obikwelu que representa melhor do que ninguém as dificuldades e superação que os imigrantes passam: nascido em 1978 na Nigéria, aos 16 anos viajou para uma competição de atletismo em Portugal, e por cá ficou. Trabalhou na construção civil no Algarve até ser descoberto pelo Belenenses e depois se afirmar ao serviço do Sporting CP. Em 2004, trouxe para Portugal a medalha de prata na prova dos 100 metros. Depois disso seguiu-se a medalha de Ouro de Nélson Évora no triplo salto em 2008 (nascido na Costa do Marfim); o bronze de Jorge Fonseca no judo em 2012 (nascido em São Tomé e Princípe); e as medalhas de Pablo Pichardo, nascido em Cuba, no triplo salto (ouro em 2020 e prata em 2024). Outros atletas medalhados por Portugal tem ascendência ligada à imigração em Portugal, como são os casos do judoca Nuno Delgado (Cabo-Verde) ou da atleta Patrícia Mamona (Angola).
Pode ler o artigo completo na edição de Dezembro do Jornal Abarca.