A globalização não é coisa nova para os portugueses. São imensos os exemplos de multiculturalidade que influenciaram as nossas raízes ao longo dos séculos. Hoje querem servir o resultado dessas misturas como “portugalidade”, como se isso fosse algo cristalino nunca afectado por outros cunhos. A verdade é que somos o mundo que nos habita, inclusive das comunidades imigrantes que pisaram o nosso solo.
Também no futebol a nossa história é escrita por atletas que nasceram fora de Portugal. O primeiro imigrante a vestir as nossas cores foi o defesa Lúcio, nascido no Brasil e que jogou no Sporting CP. A ele se seguiram nomes como Deco ou Liedson, mas é mesmo para a nossa maior conquista que remetemos esta análise. No Euro’2016, dos 23 convocados por Fernando Santos na épica conquista, 8 nasceram fora das nossas fronteiras, inclusive o homem que marcou o golo que nos valeu a vitória na final: Cédric (Alemanha), Pepe (Brasil), Anthony Lopes, Raphael Guerreiro e Adrien (França), William Carvalho (Angola), Danilo e Éder (Guiné-Bissau); Além disso, mais 6 têm ascendência directa (pai ou mãe) que imigraram para Portugal: Bruno Alves (Brasil), Renato Sanches (São Tomé e Princípe), João Mário e Ricardo Quaresma (Angola), Nani e Eliseu (Cabo-Verde). Ou seja, para a maior conquista de sempre no futebol da selecção portuguesa deram um contributo decisivo 14 jogadores nascidos fora de Portugal ou filhos de imigrantes.
Pode ler o artigo completo na edição de Dezembro do Jornal Abarca.