A globalização não é coisa nova para os portugueses. São imensos os exemplos de multiculturalidade que influenciaram as nossas raízes ao longo dos séculos. Hoje querem servir o resultado dessas misturas como “portugalidade”, como se isso fosse algo cristalino nunca afectado por outros cunhos. A verdade é que somos o mundo que nos habita, inclusive das comunidades imigrantes que pisaram o nosso solo.
Toda a indústria do têxtil e do calçado tem influências externas, mas foquemo-nos em algo tão peculiar e tradicional como a renda de bilros. Esta arte tem especial expressão nas zonas piscatórias do país, sendo inclusive conhecida muitas vezes simplesmente por renda de Peniche, terra onde chegaram a existir mais de mil rendilheiras. Os registos mais antigos apontam a laboração desta arte de rendilhar no século XV na Itália e na Flandres, sendo que terá chegado a Portugal através de marinheiros e comerciantes que mantinham relações com estas regiões.
Pode ler o artigo completo na edição de Dezembro do Jornal Abarca.