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28 NOV 2012
PEDESTRIANISMO
CLAC organiza Caminhada na Amieira do Tejo
Por Jornal Abarca

Terminam esta sexta-feira, dia 30, as inscrições para a Caminhada na Amieira do Tejo organizada pelo CLAC-Entroncamento.

Os interessados devem efectuar a sua inscrição, até às 17h00, através do mail geral@clac.pt ou dos números 249718761 e 911161683, indicando o nome e data de nascimento para proceder ao seguro. O custo é de 3€ para sócios e 5€ para os restantes participantes, podendo ser pagos até ao dia da caminhada. O almoço de Natal dos caminheiros é facultativo entre os 8,5€ e 10€, devendo para participante indicar também se pretende ou não almoçar e em caso afirmativo se escolhe prato de grelhados ou bacalhau na brasa.

A concentração está marcada para as 8 horas, do dia 2 de Dezembro, junto á sede do CLAC.

 

DESCRIÇÃO

Acesso: Nisa> EN 364> Arez> EM 528> Amieira do Tejo

O percurso tem início em Amieira, freguesia anterior à fundação do país e uma das doze vilas da Ordem de Malta. Atravesse as estreitas ruas de calçada de pedra, espreite as arcadas dos antigos Paços do Concelho e suba ao castelo medieval para contemplar a soberba vista sobre o vale do Tejo. Visite também a igreja do Calvário e a capela de S. João Baptista.

Saia pela estrada alcatroada, no largo da Junta de Freguesia, passando junto a um lagar de azeite. Encontrado o caminho de terra batida, siga entre muros, na companhia de azinheiras e oliveiras. Depois de uma ligeira subida, instalam-se na paisagem as estevas e as giestas e surgem os primeiros sobreiros e vinhedos.

Siga em frente ou amplie o trajecto até Vila Flor, onde uma estreita quelha nos leva até às ruínas da igreja.

Abandone o caminho principal e acompanhe os eucaliptos por um atalho onde desfrutará de uma panorâmica sobre Albarrol e a ribeira do Figueiró, que serpenteia vales inclinados antes de atravessar uma ponte romana e desaguar no Tejo. Após uma ligeira subida, cruzamo-nos de novo com os muros de xisto e vegetação selvagem.

Os percursos intersectam-se e avançam em direcção ao Tejo, com uma visão privilegiada sobre o Gardete e a Barragem do Fratel, porta de entrada na Beira Baixa. Terrenos baldios, onde é normal encontrarmos algum gado, iniciam-nos na descida acentuada até à margem. Aqui começam os três quilómetros do Muro de Sirga, entre a Barca da Amieira e a barragem do Fratel. Tenha em atenção que o piso se torna escorregadio com a humidade, devendo evitar-se aquando das grandes descargas de água. Seguimos paralelamente ao rio, que corre apressadamente, comprimido entre as margens xistosas de onde se contempla o voo rasante de aves como garça-real ou o corvo-marinho. Para trás ficam um pontão com arco em xisto e a foz do rio Ocreza, escorrendo por encostas com oliveiras em socalco. Deste lado, abundam mortunheiros e medronheiros, substituindo-se ao arvoredo das tapadas. Com a estação da Barca da Amieira defronte, chegamos aos cais em cuja rampa descansam os barcos de pesca característicos da zona.

Siga a estrada alcatroada, passando pelo parque de merendas com vista para o Tejo e para a praia dos ladrões, tomando à direita, junto às ruínas de um lagar, um caminho de terra. A subida acentuada é amenizada pela sombra de sobreiros e azinheiras, até à estrada alcatroada, onde espreitam o castelo da Amieira, a ribeira da Maia e, mais adiante, nas hortas da vila, velhas picotas.

Terminando o percurso, e fazendo justiça ao adágio “o peixe do Figueiró, quem o apanha come-se só”, prove as sopas de peixe ou de feijão com couve, o ensopado de borrego, as migas de batata com entrecosto frito e as cavacas. Do artesanato local fazem parte os bordados e os artigos em madeira e cortiça.

 

Arte Rupestre

O Tejo possui um importante complexo de arte rupestre de mais de 40 mil gravuras, a maior parte delas submersas desde 1974 pela albufeira da barragem do Fratel, lugar obrigatório para a pesca e os desportos náuticos. A imagem acima integra o núcleo de S. Simão, um dos que se encontram à superfície, e representa um caçador com um veado sobro os ombros.

 

Castelo da Amieira

Construído no séc. XVI por Álvaro Gonçalves Pereira, prior da Ordem de Malta, o castelo de Amieira fez parte da linha de defesa do Tejo. Palco de guerra na crise dinástica de 1383-85, foi residência de alcaides, prisão e cemitério. Junto a um dos quatro torrões deste monumento nacional encontra-se a capela de S. João Baptista, com um tecto decorado em esgrafito.

 

Rainha Santa Isabel e a lenda das Jans

Entre os muitos passageiros, a barca da Amieira terá transportado o corpo da infanta aragonesa que casou com D.Dinis, mais tarde canonizada e conhecida como rainha Santa Isabel. Falecida em Estremoz e sepultada em Coimbra, esta foi conduzida pelo caminho que ia desde a Amieira até à margem do Tejo, trajando um vestido de linho tecido pelas Jans, nome dado as mulheres invisíveis que fiavam um linho muito fino e sem nós. Uma lenda da região conta que quem quisesse uma peça tecida por estas fadas, teria de deixar de noite o linho e um bolo de farinha de trigo a cozer na lareira. Terminando o trabalho, estas desapareciam misteriosamente, levando consigo o petisco.

 

Aspectos de interesse

BARCA DA AMIEIRA

O local tem este nome por haver uma embarcação que faz a ligação entre o apeadeiro ferroviário da Barca da Amieira, situado na margem norte do Tejo, na Beira Baixa, e a estrada que conduz à localidade de Amieira, já no Alentejo, unindo assim os dois cais que entram rio adentro.

MURO DE SIRGA

A jusante da barragem do Fratel são visíveis os muros de sirga, outrora essenciais à navegação até Ródão. O nome refere-se ao grosso cabo de sisal utilizado para rebocar os barcos a partir da margem. Neste caso, percorra os três quilómetros que se estendem da barca da Amieira à barragem do Fratel, sempre paralelamente ao rio, através de um belíssimo exemplar, destas construções tradicionais, contemplando a beleza da paisagem envolvente. Tenha em atenção que o piso do muro de sirga se torna escorregadio com a humidade, devendo evitar-se durante e imediatamente após as grandes descargas de água.

FAUNA E FLORA em destaque

Espargo: apreciado na culinária e rico em vitamina C e E, é utilizado no tratamento de nevrites, reumatismo, má visão e dores de dentes. Com as hastes verde-escuro do espargo bravo podem fazer-se omeletas.

Carpa: peixe de dorso castanho-esverdeado, comum nas albufeiras e cursos de corrente fraca com vegetação abundante. Alimenta-se de invertebrados, plantas e algas. Pode chegar aos 120 cm e viver até aos 50 anos.

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