O Projecto Integrado de Energia Solar (PIES) vai produzir “a partir de Janeiro e até final de 2010” um milhão de painéis fotovoltaicos, anunciou o empresário Alexandre Alves, à margem de uma visita da Governadora Civil de Santarém

Instalada em Pego, Abrantes, num terreno com 82 hectares, esta nova fábrica de painéis fotovoltaicos e torres eólicas visa “agregar” toda a cadeia de produção de energia solar, e implicará um investimento global de “mais de mil milhões de euros e a criação de 1.900 postos de trabalho” até 2013.

Sónia Sanfona, Governadora Civil do Distrito de Santarém, que na segunda-feira, dia 21, foi conhecer e inteirar-se do evoluir do projecto, afirmou ter ficado “muito bem impressionada e até surpreendida” com a “dimensão e escala” do PIES, cujo projecto e instalações visitou.

“Este é o maior projecto privado em curso no país”, afi rmou a Governadora, que sublinhou “a importância da temática” em causa no projecto PIES, o volume de investimento e o número de postos de trabalho que vai criar.

“Esta temática das energias renováveis e das energias limpas constituem uma aposta central na política do Governo, pelo que a minha visita indica uma clara associação e compreensão para a importância deste projecto, bem como um sinal de motivação para a sua implementação e concretização”, afirmou.

Sónia Sanfona realçou a importância de “um investimento que gera riquezas e mais valias para a região, para o País e para o estrangeiro”, em virtude do volume de exportações previsto, e “a criação de muitos postos de trabalho, em contexto de crise”.

O projecto, a desenvolver-se em quatro fases, vai ter 40 mil painéis fotovoltaicos instalados para produção de energia limpa de auto-consumo e a RPP Solar conta, em três anos, estar a produzir 700 megawatts e alcançar um volume de facturação de mil milhões de euros.

Alexandre Alves, promotor do projecto e presidente do conselho de administração da RPP Solar, afirmou que o PIES “vai começar a produzir torres eólicas daqui a um mês”, contando hoje com “110 milhões de euros investidos e cerca de 200 colaboradores”, que trabalham “dia e noite” na criação e construção dos edifícios e infraestruturas.

Segundo acrescentou, “em Janeiro” começa a produção “sem parar” da primeira série de um milhão de painéis solares previstos para 2010, “já com 400 colaboradores” e com cinco linhas de montagem, uma delas completamente robotizada”.

“Um ritmo acelerado porque o mercado assim o exige”, disse Alexandre Alves, adiantando que no próximo ano vai introduzir no mercado painéis fotovoltaicos a 400 euros, “metade do preço que hoje se pratica”.

Com “tecnologia de ponta alemã”, nomeadamente da Siemens, “esta será a primeira fábrica integradora na área fotovoltaica e produzirá integralmente todos os componentes do painel solar.

Alexandre Alves disse ainda que “95 por cento da produção de painéis solares é destinada à exportação”, tendo acrescentado que o projecto foi aprovado como Projecto de Interesse nacional (PIN) e “é candidato” a financiamentos no âmbito da União Europeia.

Apesar da dimensão do projecto, Alexandre Alves regista com “orgulho e também com mágoa” a inexistência de qualquer apoio financeiro: “Até ao momento não tivemos apoios de ninguém, mas como acreditamos no projecto vamos em frente. Vivo num país de que gosto e quero continuar a viver e acredito que o Governo cumpra o que a lei determina”.

Sónia Sanfona comprometeu-se a “transmitir” à Administração Central a importância do PIES e “sensibilizar o Governo para a urgência de resposta, porque este investimento não se compadece das demoras burocráticas”.