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28 NOV 2012
NERSANT BUSINESS 2012 revelou oportunidades de negócio
Por Jornal Abarca

Teve lugar sábado em Tomar, Ribatejo, a sessão de encerramento da iniciativa NERSANT BUSINESS 2012. Na ocasião, foram celebrados dois protocolos entre a NERSANT e a Associação Comercial da Beira (Moçambique) para que a associação ribatejana preste serviços de formação e disponibilize e adapte a aplicação do seu portal de negócios para a divulgação de produtos e serviços das empresas daquele país. Foi ainda assinado com o Governo Provincial de Benguela (Angola) um acordo de intenções para que a NERSANT preste serviços de formação em Gestão Autárquica naquela região. A cerimónia ficou ainda marcada pela apresentação das oportunidades de negócio em todos os países participantes (Angola, Moçambique, Cabo Verde, Brasil, África do Sul e Namíbia).

Considerando que as empresas moçambicanas necessitam de projetos de formação que contribuam para o seu desenvolvimento, a NERSANT, como entidade formadora certificada e que dispõe dos mais variados cursos de formação profissional do tecido empresarial, vai prestar serviços de formação a Moçambique, nomeadamente em Sofala, Manica, Tete e Zambézia.

O protocolo assinado visa proporcionar a todas as empresas participantes nos projetos “Beira Inova”, em Moçambique, a frequência nas seguintes ações de formação integradas no projeto Academia de Gestão NERSANT: Gestão estratégica e operacional e Implementação de Sistema de Gestão da Qualidade – ISO 9001:2008.

Este projeto de formação terá a duração de um ano, sendo que a NERSANT disponibiliza ainda as seguintes ferramentas informáticas: Intranet; Gestão documental; Ferramenta interativa multicanal; Ferramenta de informação para gestão para Micro empresas e PME’s; Ferramenta de planeamento, gestão e controlo de atividades; Site pré-formatado.

No que se refere ao portal de negócios, o protocolo tem como objetivos fazer com que as empresas moçambicanas beneficiem de uma aplicação na qual fiquem patentes as oportunidades de negócio, bem como a oferta de produtos e serviços destas.

Nesse sentido, a NERSANT vai disponibilizar às empresas da Província de Sofala (Moçambique) uma aplicação informática denominada “ClubNersant”, devidamente adaptada ao país e que vai ter a designação de “Clube de Empresários da Beira”.

Na sessão foi ainda anunciado o representante da NERSANT no Brasil, Paulo Araújo, membro integrantes da comitiva brasileira que participou nesta iniciativa, e que terá como missão ser o interlocutor dos interesses de empresários ribatejanos naquele país.

O NERSANT BUSINESS 2012, organizado pela NERSANT – Associação Empresarial da Região de Santarém, teve como objetivos e tem como objetivos promover a internacionalização das empresas e produtos da Região, criar negócios entre a região e os países participantes e apresentar a investidores estrangeiros o potencial que toda a região encerra.

A iniciativa reuniu 50 empresas estrangeiras dos seis países participantes (Angola, Moçambique, Cabo Verde, Brasil, África do Sul e Namíbia) e representantes institucionais de cada um deles, e promoveu 375 encontros de negócios para os quatro dias de trabalho.

O NERSANT BUSINESS 2012 foi co-financiado pelo Mais Centro, QREN e União Europeia – Fundo de Desenvolvimento Regional.

 

Ribatejo quer mais internacionalização e cooperação empresarial

O seminário “Mercados de origem e de destino”, incluído no âmbito do NERSANT BUSINESS 2012, juntou em Torres Novas o Ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, o Mais Centro, o AICEP, o IEFP, o IAPMEI e responsáveis institucionais dos países participantes: Portugal, Angola, Moçambique, Cabo Verde, Brasil, África do Sul e Namíbia. A tónica das intervenções e dos debates versou a cooperação empresarial e a internacionalização e exportação, tendo proporcionado aos presentes um retrato de cada um dos países envolvidos na iniciativa e perspetivas de negócios.

“O português é hoje um importante ativo de afirmação da nossa cultura e do nosso espaço internacional. Neste mundo de competitividade e de muita mobilidade, um país como Portugal sabe olhar para o mundo para ter sucesso e atingir os objetivos”, afirmou Miguel Relvas, Ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares. O membro do Governo realçou ainda que “as exportações têm crescido muito graças à determinação dos nossos empresários”. Para completar, referiu o crescimento das exportações portuguesas nos primeiros nove meses do ano para a União Europeia (2,5%), mercados extracomunitários (23%), Angola (34%) e Brasil (20%).

Já Maria Salomé Rafael, Presidente da NERSANT, realçou que o NERSANT BUSINESS 2012 se enquadra no “trabalho realizado há vários anos para promover a internacionalização das empresas e dos produtos do Ribatejo”. Elencou a capacidade das infraestruturas do Ribatejo para a atração de investimento, como “Centros Tecnológicos e cinco novos parques de negócios, que permitem a todas as empresas que ali se instalem usufruírem de benefícios fiscais e de um processo de licenciamento mais rápido e menos burocratizado, além de Centros de Incubação de Empresas, escolas profissionais e recursos humanos altamente qualificados”. A anfitriã deixou ainda um apela ao Ministro para que “no âmbito do novo Quadro Comunitário de Apoio 2014-2020 olhem com mais atenção para as associações empresariais”. 

Pedro Saraiva, Presidente da Comissão Executiva do Mais Centro, afirmou que a Região Centro “tipicamente exporta mais do que a média nacional” e sublinhou a descentralização da região. “Não dependemos de uma única parte do território e temos presença em múltiplos setores de atividade económica. Pela primeira vez conseguimos entrar nos Innovation followers. Estamos entre as 100 regiões mais inovadoras da Europa”, completou.

Por sua vez, José Vital Morgado, Administrador Executivo do AICEP, alertou para o facto de “vivermos um período de profunda mudança geoestratégica, sendo que a zona Euro e os EUA estão a perder protagonismo para países como a China e a Índia”. E abriu as portas à exportação: “Portugal representa 2% dos consumidores europeus. É natural que as empresas queiram expandir-se, nomeadamente na UE, onde existem 500 milhões de consumidores”. Mas não deixou de sublinhar os perigos da excessiva concentração de exportações para a UE (74%), devido à crise que o Velho Continente está a ultrapassar. “A língua portuguesa deve ser cada vez mais encarada como um recurso económico”, disse ainda. 

Octávio Oliveira, Presidente do IEFP, manifestou a sua preocupação pelo fato de “hoje termos pessoas muito qualificadas, mas que não estão qualificadas para os setores que a sociedade necessita”. Realçou ainda que “as universidades já perceberam que a empregabilidade é uma questão que tem de estar presente”, até porque “o grupo dos diplomados é aquele que mais evolução de desemprego tem sofrido”. Salientou ainda os “projetos de cooperação do IEFP com países dos CPLP. 

Já Luís Filipe Costa, Presidente do IAPMEI, deixou claro que “é preciso garantir o acesso ao financiamento” e anunciou para os próximos tempos a “instalação em Angola, Moçambique e Cabo Verde de sistemas de garanta mútua”. Sublinhando que o financiamento não se resume ao crédito bancário, anunciando também para breve a “assinatura de um protocolo entre o IAPMEI e a CGD que vai arrancar com 350 milhões de euros para recapitalização das empresas”. Garantiu ainda que para 2013 a linha de crédito PME Crescimento vai ter o valor mínimo de 2 mil milhões de euros e vai estar pela primeira vez aberta às CAE do setor primário.

No que se refere às delegações estrangeiras presentes, o Diretor do Comércio e Indústria da Província de Sofala, Moçambique, ressalvou a “localização estratégica da província” e o atual “desafio de produzir alimentos para a demanda interna e, dada a atual situação, também satisfazer a demanda internacional, nomeadamente ao nível da agricultura”. Sublinhou ainda o fato de existir “uma legislação específica para as zonas francas industriais”.

Rogério Tavares, Cônsul Honorário da Namíbia em Lisboa, apresentou este país africano como “uma porta de entrada para uma região larga” e enalteceu a ligação com a vizinha Angola: “50 mil angolanos entram na Namíbia regularmente, sendo que os namibianos estão dispensados de visto para entrar em Angola”. 

Francisco Junior, Deputado Estadual de Goiás, Brasil, afirmou que “o centro do Brasil precisa de ser descoberto” e sublinhou os seus “esforços para aproximar as regiões”. “Acredito que em 2013 já teremos oportunidade de ver a materialização dos trabalhos iniciados no ano passado entre Goiás e o Ribatejo”, previu. Realçou ainda que nos últimos anos “o Brasil criou uma nova classe de consumidores, que estavam excluídos”, a localização estratégia de Goiás, “a 24 horas de 60% dos consumidores brasileiros por via rodoviária”, o potencial goiano para a agricultura e industrialização e a “necessidade de energia limpa, mão-de-obra qualificada e tecnologia”.

Agostinho Felizardo, Vice-Governador de Benguela, afirmou que a província angolana “não quer estar ausente desta marcha imparável entre Angola e Portugal” e que está “interessada em aumentar este relacionamento” com o Ribatejo, iniciado em 2009. Traçando uma radiografia de Benguela, sublinhou as “boas acessibilidades, o 2º maior porto do país, o futuro aeroporto internacional e solos aráveis para a agricultura”. Partilhou ainda o plano para o período 2013-2017: “Afirmar o território de Benguela como a segunda maior área de concentração urbana, desenvolver o potencial agrícola, primário e piscatório, promover a exportação para as áreas limítrofe, o turismo e uma vocação petroquímica (está projetada uma futura refinaria)”.

Da parte da África do Sul, a Embaixadora em Portugal, Keitumetse Matthews, sublinhou “a necessidade que o país tem de engenheiros”. Relativamente a futuros investimentos, enalteceu a “capacidade negocial dos portugueses” e sugeriu uma “leitura e análise atenta do plano de desenvolvimento da África do Sul”, deixando claro que a penetração neste mercado deve sempre passar “pelas embaixadas e não sem qualquer tipo de suporte”.

Por sua vez, Madalena Neves, Embaixadora de Cabo Verde em Portugal, sublinhou o “clima e a estabilidade política do país”, assim como o facto de Cabo Verde ser “o segundo país de África que vai conseguir cumprir os objetivos do milénio”. No plano estratégico, afirmou que Cabo Verde “pretende ser um centro internacional de negócios para garantir acesso a outros mercados, nomeadamente os EUA e a Rússia”. No que ao investimento diz respeito, enalteceu o “regime de incentivos com um quadro fiscal transparente”, o facto de figurar “entre os 10 países mais reformadores no quadro do «Doing Business»”, a “possibilidade de se constituir uma empresa em 24 horas” e as “200 empresas portuguesas já implantadas no pais”.

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