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03 NOV 2011
NA GOLEGÃ A TRADIÇÃO EQUESTRE COMEÇA DE PEQUENINO
Por RICARDO ALVES

 

A Associação Nacional de Turismo Equestre (ANTE) disponibiliza uma faceta única no país ao nível do desporto escolar. Setenta miúdos, alunos do ensino básico da Golegã montam a cavalo. Objectivo é transmitir a tradição

 

“Neste momento a Golegã deve ser o único sítio do país em que há desporto escolar equestre”, afirma logo à partida Nuno Duque, 32 anos, responsável técnico do picadeiro da ANTE. “Antigamente era financiado pelo Ministério da Educação mas agora a Câmara Municipal da Golegã (CMG) que apoia e a ANTE que coordena”. São cerca de 70 miúdos, em turmas de 20, que se deslocam às instalações da ANTE, em pleno coração da Golegã, para aulas iniciadoras ao desporto equestre. O aluno mais novo tem seis anos, e os alunos são dos quatro anos do ensino básico da Golegã. Nuno Duque e a monitora Lúcia, de 19 anos, são quem ministra as aulas. Primeiro “começam a conhecer o cavalo, fazem os primeiros contactos, conhecem os andamentos, como funcionam e depois começam a montar”, explica Nuno Duque.

Estas actividades de deporto escolar não têm custos para os alunos são “um cheirinho à equitação. As aulas normais de volteio no picadeiro são de 20 minutos, no desporto escolar cinco minutos no máximo, e o objectivo é por os miúdos todos da Golegã a andar a cavalo, estarem confortáveis, perceberem algumas partes do cavalo. Basicamente é transmitir a tradição equestre aos miúdos”, afirma o responsável técnico. Toda a actividade é monitorizada e controlada, “começam pelo volteio, com um arreio especial, estão presos pela guia: passo, depois a trote e depois a galope. O cilhão de volteio tem duas pegas e eles só estão preocupados com o equilíbrio deles,
não com a velocidade do cavalo ou a direcção que este toma. Uma actividade completamente controlada”, explica.

Tratamentos de Hipoterapia

A ANTE tem igualmente uma parceria com o CRIT (Centro de Reabilitação e Integração Torrejano) a através da qual recebe outros jovens para tratamentos de Hipoterapia, destinados a indivíduos com deficiência. “No picadeiro usamos um cavalo e uma égua para estas aulas. Continua a ser com o mesmo cilhão de volteio usado no desporto escolar. Cavalos fáceis e calmos, pois precisam que transmitam confiança. Todos os miúdos do CRIT
fazem Hipoterapia: trabalham as posturas, as descontracções e a interligação com o cavalo”, conta Duque. O CRIT também transporta outros jovens do concelho mas também de Riachos, Torres Novas e Entroncamento que não estão na instituição torrejana. Ao todo são 16 que actualmente fazem tratamentos na ANTE.

Pedro Madeira apaixonou-se pelos cavalos

Encontrámos Pedro Madeira numa das coxeiras da ANTE, junto a Vitória, uma égua de 12 anos, branca. Pedro parecia estar a trocar palavras e afectos com o bonito animal. A história de Pedro na ANTE começa antes da de Nuno Duque. Com 24 anos, o goleganense Pedro trabalha há dois na ANTE mas a primeira vez que teve contacto com os cavalos foi há cerca de dez. Começou a montar e apaixonou-se pelos cavalos. “Adoro montar, é o que mais gosto nos cavalos. Todos têm personalidades diferentes”.

Nuno Duque explica como Pedro surgiu a trabalhar na ANTE, “o Pedro já era cliente do picadeiro antes de eu chegar, era aluno da C+S da Golegã, do ensino normal, começou a montar cá e depois surgiu a oportunidade de começar a trabalhar. Está nas coxeiras, continua a montar e compete em provas”. São várias as tarefas que lhe são atribuídas, “manutenção e limpeza. É muito competente, faz tudo o que lhe é distribuído, por vezes precisa de alguma ajuda ao nível das medidas nas rações, na palha a dar a cada cavalo, mas ajuda imenso a aparelhar cavalos, na limpeza dos cavalos, a pôr cabeçadas, a levar cavalos da coxeira para o picadeiro, apenas temos precauções com algumas ferramentas”, explica Duque.

A felicidade de Pedro junto aos cavalos e éguas nota-se com clareza, “as mais bonitas são a Vitória e a Demi, mas a Vitória é a minha preferida”, conta-nos Pedro. Curiosamente nunca montou Vitória, “mas gostava muito”. “Às vezes converso com elas, falo da minha vida, tristezas e alegrias, são uma óptima companhia”, conta carinhosamente. Pedro também compete em provas de equitação de trabalho, e durante a feira competirá dia 13. Durante a feira será igualmente visitante da feira porque “adoro tudo o que tenha a ver com cavalos”.

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