Tapetes de flores a cobrir o chão das igrejas e capelas da vila e as procissões carregadas de religiosidade e misticismo marcam a diferença da semana santa do Sardoal.
Há muito que a Semana Santa do Sardoal ultrapassou o carácter religioso das cerimónias pascais. A singulariedade das decorações dos lugares de culto e misticismo que envolve as procissões tornam-se pontos de interesse para os muitos turistas que, nesta época, visitam a vila (ver programa na página do Roteiro)
Entre os dias 20 e 23 de Março, instituições e moradores trabalham nos tapetes de pétalas de flores, plantas naturais, acessórios e artefactos simbólicos alusivos à quadra. Este ano, também o chão da Igreja de Santa Maria da Caridade, vai ser atapetada de flores numa parceria entre a Santa Casa da Misericórdia e a Escola. O trabalho faz parte de um projecto pedagógico que é cumprido desde 2002 e que visa o estudo das tradições culturais do meio, personificando uma “passagem de testemunho” entre as gerações.
A tradição de envolvimento popular “que se julga ser única (ou quase única) no país”, remonta a tempos muito antigos, sabendo-se que já existia no século XIX.
Todas as demais festividades são apelativas à vinda de novos visitantes, com particular destaque para a Procissão dos Fogaréus. É realizada à noite, a iluminação pública apaga-se e o cortejo percorre as ruas da vila à luz de velas, archotes e candeias
A Procissão dos Fogaréus é organizada pela Irmandade da Santa Casa da Misericórdia de Sardoal e integra o Sermão do Mandato, na Igreja do Convento de Santa Maria da Caridade. A Filarmónica União Sardoalense entoa marchas fúnebres ao longo do percurso.
Paralelamente, no âmbito do Programa Complementar da Semana Santa do Sardoal 2008 vai estar patente no Centro Cultural Gil Vicente, uma exposição de Júlio Pomar, intitulada “Umas Histórias”. A mostra integra um conjunto de 36 litografias e serigrafias e é organizada pela Câmara Municipal de Sardoal, em parceria com a Fundação Júlio Pomar e a Caixa Geral de Depósitos.
No mesmo espaço (dia 22, às 17h00), será interpretada a peça “As Sete Palavras de Nosso Senhor Jesus Cristo na Cruz”, da autoria do compositor brasileiro José Alexandrino de Souza, com adaptação para coro e banda do Maestro Miguel Borges. O concerto está a cargo da Filarmónica União Sardoalense e do Grupo Coral do GETAS.
O espectáculo terá uma vertente multimédia, com imagens do filme de Mel Gibson, “A Paixão de Cristo” e a participação especial do Padre Francisco Valente, que procederá à leitura de pequenos textos introdutórios explicativos das situações.
A anteceder as cerimónias, dois dias de “Saborosos Encontros”, uma mini-mostra gastronómica de doçaria tradicional, enchidos, mel, licores e pão caseiro, vai ter lugar no Mercado Diário de Sardoal, nos dias 15 e 16 de Março, entre as 14 e as 18 horas.