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08 ABR 2010
O AMOR PELA TRADIÇÃO
Por MÁRIO RUI FONSECA

 

O secretário de estado da Cultura afirmou que o património é “um dos componentes mais importantes para o futuro do nosso país” e que Constância deve ser “uma referência” para quem queira estudar Camões

 

Elísio Summavielle, que presidiu em Constância às comemorações das festas de Nossa Senhora da Boa Viagem, visitou as ruas floridas da vila cantada pelo poeta, o jardim horto camoniano, a Casa Memória de Camões e a Antiga Cadeia, tendo depois assistido à chegada de cerca de uma centena de embarcações ao cais da vila, provenientes de 17 municípios ribeirinhos, devidamente engalanadas para a cerimónia da bênção da padroeira dos marítimos.
O governante sublinhou ao Abarca o “alto momento estético” e a “envolvência” da população que engalanou e decorou as ruas, becos e vielas de Constância, tendo afirmado que o património mais importante que existe “são as pessoas”.
“É difícil não sentir emoção ao presenciar a chegada dos barcos. Queremos continuar a preservar este património, porque um país sem memória não se constrói”, afirmou o governante.
Segundo acrescentou Elísio Summavielle, também o plano imaterial da festa é “muito importante” no sentido de se ter um “registo e inventariação de todo o património da cultura avieira e das populações ribeirinhas”, destacando o trabalho de referenciação a Camões efetuado em Constância ao longo dos anos.
“É muito importante referenciar Camões, aqui em Constância, e o centro de documentação e o futuro centro de estudos camonianos” - ligados ao plano global de actividades da Casa Memória de Camões -, “merece ser acarinhado no sentido deste ser um local de referência para quem queira estudar a sua vida e obra, sejam historiadores ou estudantes portugueses ou estrangeiros”.
Segundo disse, “neste sentido, é muito importante que o ministério da Cultura esteja presente e acarinhe este projeto, que também é um projeto de desenvolvimento local, sendo certo que o património é, talvez, a componente mais importante para o futuro do nosso país”.
Máximo Ferreira, presidente da Câmara de Constância, disse que as gentes da vila “respiram” Camões e que quem a visita “sente algo de místico e poético no ar”, numa terra que considerou “única e abençoada” pelo facto de ter crescido na confluência de dois rios, o Tejo e o Zêzere.
“Este amor pela tradição”, continuou, “é bem espelhado por toda este gente da borda de água, que se juntou aqui para renovar a história, provenientes de tantos concelhos ribeirinhos, para um momento de exaltação da memória comum”, acrescentando que o processo de conclusão da Casa Memória de Camões, iniciado há duas décadas, “é um processo imparável”.
Tendo como principio que a “tradição é a arte de renovar”, Matias Coelho, assessor cultural da Câmara de Constância, considerou a Festa da Senhora da Boa Viagem, como a “Festa do Tejo”. Opinião que os descendentes dos marítimos confirmam pela sua presença e pela devoção que manifestam.
Trajados a rigor e com as suas embarcações engalanadas a preceito para a cerimónia da bênção da padroeira da Boa Viagem, Manuel Ribeiro e Pedro Pelarigo, provenientes de Tomar e das Caneiras de Santarém, respetivamente, afirmaram ao nosso jornal partilhar um “sentimento identitário” comum.
“O culto e devoção a Nossa Senhora da Boa Viagem, o respeito pelos rios e pela memória dos nossos antepassados, e o convívio com as gentes de outras terra ribeirinhas, que reencontramos aqui uma vez por ano”.
“Passamos o ano inteiro a pensar nisto”, afirmaram.

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