O Fórum Exportar Brasil, organizado pela NERSANT e pelo AgroCluster, foi um sucesso, devido à abertura para a concretização de alianças comerciais entre Portugal e Brasil.
Durante a sessão, onde forma apresentadas as oportunidades de negócio do Ribatejo e do Estado brasileiro da Bahia, o Secretário de Agricultura do Estado da Bahia, Eduardo Salles, explicou que a visita à região do Ribatejo se insere numa missão empresarial a Portugal, Espanha e França, e que tem como objetivo fazer prospeção de negócios nos setores ligados aos queijos, presuntos, enchidos e vinhos. “A região bahiana tem um grande potencial de produção, mas ao longo dos anos esqueceu-se da agroindustrialização. Viemos aprender com quem já sabe. Portugal tem um know-how muito grande na produção de enchidos e presuntos, com tecnologia e qualidade, e na produção de vinhos, com tecnologia e tradição”.
De facto, fez saber Eduardo Salles, a indústria agroalimentar é o setor forte do Estado da Bahia, mas que apresenta carência de agregação e tecnologia que lhe permita ganhar escala. O Secretário da Agricultura do Estado da Bahia lançou ainda o repto à NERSANT e ao AgroCluster, bem como a todas as empresas presentes, para a criação de joint-ventures e parcerias com empresas portuguesas, para que sejam ultrapassadas as carências tecnológicas que a agroindústria bahiana possui.
A participação em feiras agroindustriais surgiu pela voz de António Coradinho, Presidente da Câmara Portuguesa de Comércio no Brasil – Bahia, que convidou a NERSANT a estar presente, com um conjunto de empresários portugueses, na Bahia Farm Show, maior vitrine do agronegócio da Bahia e hoje é considerada uma das mais importantes feiras de tecnologia agrícola e negócios do Brasil, e que se vai realizar em maio do próximo ano. A NERSANT e o AgroCluster aceitaram o desafio e ripostaram. “A NERSANT, enquanto organizador da FERSANT – Feira Empresarial da Região de Santarém, e coorganizador da Feira Nacional da Agricultura, maior certame agroindustrial português, terá todo o gosto em receber uma comitiva de empresários da Bahia, em junho de 2013”, declarou Pedro Félix, vice-presidente da comissão executiva da NERSANT, acrescentando que ao mesmo tempo vai começar a identificar um conjunto de empresários para estar na Bahia em maio.
Durante a sessão, a região do Ribatejo foi ainda caraterizada como um tecido empresarial diversificado, com predominância de alguns setores económicos, como a metalomecânica de precisão, a indústria dos curtumes, a exploração florestal, o turismo, hotelaria e desporto, e ainda o setor logístico, devido à centralidade da região e vias de comunicação existentes. No entanto, ressalvou Pedro Félix, “a região do Ribatejo é uma região com culturas agrícolas e produtos agroindustriais altamente competitivos”, à semelhança do que acontece com o Estado da Bahia.
O AgroCluster Ribatejo foi apresentado pelo seu presidente da direção, Carlos Lopes de Sousa, que se mostrou bastante satisfeito com a receção das empresas brasileiras na região. “O facto de terem vindo significa que temos capacidade de trabalharmos juntos”, disse Carlos Lopes de Sousa, acrescentando que o AgroCluster Ribatejo está disponível para “trabalhar de forma partilhada” e para “dialogar com o Brasil, aliás, país com o qual o AgroCluster Ribatejo já possui algumas ligações”.
Na plateia, estiveram presentes diversas empresas brasileiras do setor agroindustrial, bem como algumas entidades brasileiras, como o SEBRAE - Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas Agência, e diversas empresas portuguesas interessadas em ouvir as oportunidades deste mercado brasileiro.