O coordenador da CGTP Intersindical defendeu, no Entroncamento, a realização de investimentos públicos no setor ferroviário que possam ajudar a alavancar a economia, gerar emprego e criar riqueza.
Arménio Carlos participou na 'Marcha Contra o Empobrecimento' que está a percorrer o país e que irá culminar em Lisboa no próximo sábado, tendo marcado presença num plenário de trabalhadores da EMEF (Empresa de Manutenção de Material Ferroviário) antes do desfile pelas ruas da cidade, que juntou cerca de três centenas de pessoas.
O dirigente sindical disse que a 'Marcha Contra o Desemprego' pretende "chamar a atenção" para a problemática do empobrecimento e "denunciar as situações concretas" que se estão a verificar em cada região, tendo sublinhado que "a marcha, acima de tudo, é uma marcha de proposta".
Arménio Carlos disse que a visita à EMEF teve como finalidade "chamar a atenção" para as condições que a empresa detém, técnicas e humanas, e "propor ao Governo e ao ministro da Economia que olhem para o potencial da mesma, não só para fazer a manutenção de material ferroviário, mas também em termos de aposta na produção nacional".
O sindicalista defendeu a realização de investimento na EMEF "para ela própria poder construir material de circulação ferroviária para servir no plano interno e para exportação para outros países de língua portuguesa", nomeadamente para África.
"Não temos nenhuma empresa em Portugal preparada para a construção de material circulante e aqui no Entroncamento, com um investimento que aproveite as condições técnicas e o pessoal altamente especializado que trabalha na EMEF, em pouco tempo seria dada uma resposta aos problemas da produção nacional", notou.
"Esta é uma proposta concreta de onde se pode investir, gerando emprego e criando riqueza e não ver isto é não dar respostas à reindustrialização nacional e é persistir no erro, rumo ao desastre e à bancarrota", concluiu.
A 'Marcha Contra o Empobrecimento' percorre hoje o distrito de Santarém, onde cerca de "32 mil trabalhadores estão desempregados", disse à Lusa o coordenador distrital da União dos Sindicatos.
Presente na iniciativa, Rui Aldeano disse que os números são "dramáticos e não dizem tudo", tendo acrescentado que os mesmos "podem ser facilmente entendidos tendo em conta que, na última década, foram destruídos 20 mil postos de trabalho no distrito", ou seja, 9% dos existentes.