O PT Open XCR, uma prova com três etapas que culmina em Lisboa para apurar o campeão Ibérico, apresentou-se no sábado, dia 2 de Março, em Abrantes. Uma prova bastante dura, de seis ou 12 horas a pedalar.
Às 9:30 da manhã, já com os atletas em pulgas à espera do tiro de partida, num misto de entusiasmo e vontade de começar, com a necessidade de combater o frio que se fazia sentir, a prova iniciou-se.
Por volta das dez horas os participantes começavam a surgir na linha de partida. Às primeiras voltas, já as bicicletas e os seus comandantes evidenciavam aquela que viria a ser a maior inimiga desta prova. Pouco antes do fim do percurso, um rio de lama surgirá para dificultar a tarefa. “Desgasta muito, não só o físico como a própria bicicleta”, comenta Rui Marreiros, da dupla Torrado Bikes, que acabou por vencer a prova nessa modalidade.
Com quase três horas de percurso nas pernas, alguns participantes começam a fazer pausas no posto de controle. É tempo de comer umas laranjas para refrescar e umas bananas para as cãibras. De beber uma coca-cola e reabastecer as águas. De espreitar as classificações e os tempos de prova.
A meio da tarde chegam os primeiros finalistas das seis horas. Bruno Espinha, com 13 voltas percorridas, conquistou o primeiro lugar. Repetente no PT Open, alcançou a terceira posição nas doze horas em 2012. Este ano, “por ter mais competições e pela condição física” optou fazer apenas metade do percurso. Além de evidenciar a sua “variedade”, Bruno Espinha quis acentuar a dificuldade do percurso, num “terreno muito duro e que exige alguma técnica.”
Numa competição acentuada, com apenas alguns minutos de diferença, Tiago Silva e Hugo Marques alcançaram o segundo e terceiro lugar desta prova, ambos com as mesmas treze voltas de Bruno Espinha.
Na classificação feminina, a grande campeã foi Susana Santos. Apesar de não ter concorrência, por ser a única mulher a pedalar nas seis horas, Susana enfrentou uma competição pessoal. “Só ando há quatro meses e consegui fazer as seis voltas, que era aquilo que eu queria fazer, ainda por cima num percurso que era muito difícil”, confessa a campeã feminina.
Entre pausas e reabastecimentos, passam-se mais seis horas de uma prova dura para os participantes, mas alegre e num ambiente familiar para quem assiste. Os gladiadores vão chegando montados nos seus cavalos de duas rodas, carregados de lama, cansaço e glória.
O primeiro é Tiago Clamote, que ao fim de 23 voltas ainda tem cabeça para o humor. “Foi fácil” responde com rapidez quando lhe perguntam como foi a prova. Todos se riem. Depois continua “É um percurso exigente. Há ali uma parte que exige muita perna, principalmente para quem está mais habituado a fazer maratonas…está ali uma pista de Cross autêntica!”
Ainda na categoria de solos, Tiago partilhou o pódio com António Marques no segundo lugar, e o espanhol José Peréz no terceiro.
Na classe Master, com atletas acima dos 50 anos, o primeiro lugar foi alcançado por António Girão, que completou 20 voltas com o número 34, naquela que foi a trigésima quarta prova em que participou. O segundo e terceiro lugar foram ocupados por Pedro Maia e Rui Baptista, com 18 e 15 voltas respectivamente.
Nas equipas, Rui Marreiros e Luís Araújo, da Torrado Team, alcançaram o primeiro lugar com 26 voltas percorridas. Seguiram-se Marco Anacleto e Luís Ferreira da Strix Team, com 24 voltas e João Ribeiro e Fábio Nunes, que completaram 22 voltas em nome da GC Barquinhense.
Ao pódio masculino subiram também os dois corajosos do single speed: Gonçalo Cabecinhas e Armando Chamusco.
No pódio feminino, à semelhança das seis horas, só houve uma corajosa participação. Sónia Lopes, completou 15 voltas com a camisola da “Brasil Ride”. Ao rasgar a linha de meta, a atleta emocionou-se, num misto de triunfo e desalento. Com viagem marcada para o Brasil para mais uma competição, a campeã das 12 horas do PT Open confidenciou a sua tristeza pela falta de apoio que tem no seu país. “Vou patrocinada pelo Brasil mas com a camisola portuguesa”, comenta.
A segunda etapa do PT Open XCR está marcada para dia 18 de Maio, em Proença-a-Nova. Vão ser mais doze horas de BTT, num percurso tão ou mais exigente que o primeiro. Lisboa recebe a última etapa, em Setembro, numa prova de 24 horas a pedalar e onde se decide o grande campeão Ibérico.
As inscrições estão abertas e podem ser feitas no site da organização, em www.horizontes.com.pt
Esta prova teve o carimbo da Horizontes – empresa especializada na criação e gestão de provas de Turismo Desportivo. Este conceito, por nós inventado, pretende transmitir exactamente isso – é turismo, é desporto, é contacto com a natureza, é aventura, é evasão, é diversão.
Classificações em http://www.siim.pt/btt/ptopenxcr2013