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13 JUL 2012
Um balanço que é feito de futuro
Por Manuel António (texto e foto)
Camilo Mortágua
Camilo Mortágua

 

TAGUS – Associação para o Desenvolvimento Integrado do Ribatejo Interior – que integra os concelhos de Abrantes, Constância e Sardoal, levou a efeito uma conferência para agitar as consciências neste momento de transição.

Para Pedro Saraiva, coordenador da associação, a conferência teve por objetivo, “fazer um momento de paragem e pensar sobre o futuro da Tagus, constituída em 1993. Depois de três anos de implantação da política do Proder e da abordagem LEADER há que pensar no futuro”. Para tal convidou Camilo Mortágua, um animador mas também um dinamizador que, entre muitas coisas, esteve envolvido na implantação de programa e projetos de desenvolvimento local.

E para pensar o futuro o melhor é não estar amarrado a nada. Daí a razão do convite: “Camilo Mortágua traz-nos uma forma livre de ver as coisas e de nos alertar. Alguém que lutou pela liberdade e transmitiu-nos essa liberdade. A forma de estar, a vida tem que ser alterada. Convidámos também Regina Lopes, que sendo presidente da direção da federação das associações de desenvolvimento local está por dentro do processo e sabe o que está a acontecer. Temos que fazer hoje e pensar hoje o futuro”, afirmou Pedro Saraiva.

Mais de uma centena de pessoas deslocaram-se aos claustros do Convento de S. Domingos, ontem, dia 12, para ouvir falar de assuntos sérios de uma forma mais ou menos divertida. “Fui convidado para falar do que eu quisesse”, afirmou o convidado, com aquela gargalhada que só as pessoas livres conseguem ter.

Camilo Mortágua entende que a “agricultura é o coração do desenvolvimento rural e que o Local é a raiz do Global”. Para este amante incondicional da liberdade, “O exercício da governança local pode ser a grande Universidade Universal, onde toda a gente pode participar, onde toda a gente discute a sua terra. Ali aprende e ali participa. Não adianta perder tempo, se as pessoas não compreenderem a necessidade do ato de pensar. O grande défice é da compreensão do básico. Andam para aí uns senhores a falar de empowerment e empreendedorismo e coisas assim. Depois pergunto-lhes o que é o capital financeiro e ficam calados, porque não sabem”.

“Os fatores da desgraça atual começaram há 30 anos e penso que estamos para aí, a meio do processo. Se a governação fosse pensada de baixo para cima, os incompetentes e os corruptos, talvez não desparecessem de todo, mas seria bem diferente. São sete cães a um osso. Uma das causas é os partidos políticos: em vez de serem escolas de cidadanias e de princípios, são escolas de carreirismo e oportunismos. Depois, como quem nomeiam são os partidos, colocam as pessoas que eles próprios deformaram com a sua prática”, prosseguiu o convidado

Este cidadão militante das causas do desenvolvimento local acha que “o Orçamento Participativo devia ser lei”. Apresentou a mudança de atitude como um convite e um alerta: “Associativismo, estimular, agir associativamente. Hoje todos temos o direito a consumir, mas perdemos o direito de vender. As centrais das cadeias de distribuição estão lá longe”. 

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