A Associação de Desenvolvimento Cultural Palha de Abrantes e o espalhafitas – seção de cinema vão homenagear o realizador português António Reis, através de um Ciclo de Cinema.
Neste Ciclo serão exibidos, em bobines originais gentilmente cedidas pela Cinemateca Portuguesa, os filmes “Ana”, “Trás-os-Montes”, “Jaime” e “Rosa de Areia” nos dias 7, 13 e 14 de Novembro, às 21h30 no Cine-Teatro S. Pedro.
Nascido a 27 de Agosto de 1927, em Valadares, António Reis distingue-se pelo sentido poético da sua obra, enquanto cineasta e poeta português. É um dos representantes do movimento do Novo Cinema, onde explora as técnicas do cinema directo, empenhando-se na prática da etnografia.
António Reis iniciou a sua actividade cinematográfica como assistente, nomeadamente no filme “Ato de Primavera”, de Manoel de Oliveira. Um ano mais tarde, realizou o seu primeiro documentário, encomendado pela Câmara Municipal do Porto, “Painéis do Porto”.
Com “Jaime”, conseguiu chamar a atenção quando foi premiado com a Melhor Curta-Metragem, no Festival de Cinema Locarno.
Após o 25 de Abril de 1974, António Reis e a sua mulher, Margarida Cordeiro, co-realizadora de uma parte dos seus filmes, seguiram pelo cinema menos convencional, de vertente lírica, baseado em elementos da cultura popular de locais isolados do interior do país, tal como “Trás-os-Montes” (1975).
“Rosa de Areia”, o seu último filme, foi estreado no Festival de Berlim e apresentou-se com um carácter mais ficcional.
Tal como António Campos, Manoel de Oliveira, João César Monteiro, Ricardo Costa ou Pedro Costa, António Reis é um dos cineastas portuguesas que se inspiraram no conceito de antropologia visual para criar obras de forte expressão poética.
Com a realização deste Ciclo, a Associação Palha de Abrantes e o espalhafitas oferecem a oportunidade única de visionar os melhores filmes de António Reis.