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03 JUN 2016
CIP quer transformar indústria em Fábricas do Futuro
Por Jornal Abarca

A CIP - Confederação Empresarial de Portugal, esteve, ontem, quarta-feira na NERSANT em Torres Novas para dar a conhecer aos empresários da região do Ribatejo as suas propostas para a novo Política Industrial para o Século XXI. A associação propõe um Novo Programa de Desenvolvimento da Indústria e dos Bens Transacionáveis, baseado num conjunto de medidas de curto, médio e longo prazo que transforme a velha indústria em "novas fábricas do futuro".

"Em Portugal, a agricultura e a indústria representavam em meados dos anos 90 quase 30% do PIB. Hoje representam apenas 16%! Neste contexto, é imperativa uma nova Política Industrial centrada na competitividade das empresas e que desse modo possa assegurar um crescimento sustentado das exportações", disse Mira Amaral, presidente do Conselho da Indústria Portuguesa da CIP e responsável pelo estudo deste novo programa, perante uma plateia de mais de meia centena de empresários.

De acordo com o economista, deve retornar-se à indústria, mas a uma indústria de novo tipo. "De uma forma simplificada trata-se de uma indústria que utiliza ao máximo as tecnologias da informação, comunicação e localização mais avançadas e a robótica para desenhar, projectar e produzir produtos a partir da recolha das necessidades e dos gostos dos clientes. Produtos em certos casos produzidos em pequenas quantidades, ou até individualmente, para serem entregues aos clientes directamente, depois de uma encomenda personalizada e sem custos de armazenamento."

Este novo modelo - por muitos denominado Indústria 4.0 ou a 4.ª Revolução Industrial - corresponde no fundo à introdução em pleno das tecnologias digitais nas empresas. "Neste contexto, o conceito de reindustrialização em Portugal não se pode confundir com a retorno à indústria do passado mas deve sim estar associada ao conceito da Nova Fábrica do Futuro baseada numa política industrial centrada em indústrias a operar em mercados internacionais abertos e concorrenciais, com empresas e instituições de I&DT de topo a nível mundial que operem num quadro de previsibilidade legislativa".

No seminário, a presidente da Direcção da NERSANT, Maria Salomé Rafael, referiu que "em boa hora a CIP organizou este ciclo de conferências. Sabemos que a indústria tem vindo a perder algumas empresas, mas temos consciência da importância da mesma, principalmente pelo novo tipo de emprego que vai poder criar nas áreas tecnológicas e da inovação." E continuou, afirmando: "este novo paradigma da indústria 4.0 vai em breve ser uma realidade".

Por sua vez, o presidente da CIP, António Saraiva, justificou a apresentação destas "ideias e propostas para a Política Industrial do Século XXI", com a necessidade de "colocar a indústria na agenda do país e, através dela, criarmos mais riqueza e mais emprego". Apresentou ainda aos empresários o Compromisso para o relançamento Industrial e Competitividade, um documento através do qual os empresários signatários assumem o desígnio do relançamento industrial em Portugal e a ambição de atingirem, em 2020, um peso da indústria no VAB total de 18%, e que foi prontamente assinado pela presidente da Direção da NERSANT, Maria Salomé Rafael, e por um vasto conjunto de empresários presentes na sessão.

Sendo os fundos comunitários "a última oportunidade para a reindustrialização do país", segundo Mira Amaral, a SPI – Sociedade Portuguesa de Inovação, esteve representada na sessão por Susana Seabra, que fez uma apresentação sobre o ponto de situação da aplicação do Portugal 2020 às empresas portuguesas, e que validou, no fundo, aquilo que a NERSANT tem vindo a reivindicar, e que é o facto de "o Portugal 2020 ter taxas de aprovação baixas".

Marcou ainda presença na sessão o presidente da Câmara Municipal de Torres Novas, que considerou a estratégia da CIP para a reindustrialização de Portugal "bem delineada". Congratulou-se ainda "por ter no seu concelho a NERSANT, tão importante e dinâmica associação empresarial".

No final das intervenções, tomou lugar o painel de debate, composto por Luís Alves Monteiro, membro do Conselho de Indústria Portuguesa da CIP, e pelos empresários Domingos Chambel, vice-presidente da Direcção da NERSANT e representante da empresa TRM – Tratamento e Revestimento de Metais, Lda., e Agostinho Dolores Ferreira, administrador da CAIMA – Indústria de Celulose, S.A., que discutiram as questões anteriormente apresentadas. 

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