Portugal continental encontra-se em situação de seca meteorológica, com 11% em seca severa, 76% em seca moderada e 13% em seca fraca. Segundo o Observatório de Secas do Instituto de Meteorologia, os valores de precipitação registados em janeiro foram muito inferiores aos respetivos valores normais para este mês.
O total de precipitação foi de 16.3mm, correspondendo a menos de 15% do valor normal o que se traduz numa diminuição de 101mm, sendo comparável com os valores normais dos meses de verão, julho (13.8mm) e agosto (13.7mm).
O ano hidrológico, iniciado em outubro de 2011, apresenta valores de precipitação abaixo do normal, com exceção do mês de novembro que se classificou como chuvoso. No entanto, são valores superiores aos verificados na pior situação de seca da última década (2004/2005), situação que se deve fundamentalmente à referida precipitação ocorrida durante o mês de novembro.
Esta situação de seca meteorológica resulta da situação sinótica que tem prevalecido, caracterizada pela localização do anticiclone dos Açores que estendendo-se em crista para o território continental vem impedindo que este seja influenciado pelas superfícies frontais normalmente responsáveis pela precipitação em Portugal nesta época do ano.
Em termos de evolução para fevereiro e tendo em conta a previsão elaborada pelo Centro Europeu de Previsão do Tempo a Médio Prazo, o cenário mais provável no final do mês aponta para o aumento da severidade da situação de seca meteorológica em Portugal continental.
Relativamente a previsões para a primavera, a informação disponível aponta para valores abaixo do normal em todo o território continental a norte do sistema montanhosos Montejunto-Estrela, embora esta informação deva ser utilizada com alguma reserva tendo em conta a fiabilidade que este tipo de previsão ainda tem para a latitude de Portugal Continental.