A população de Mouriscas, freguesia do concelho Abrantes, tem vindo a suportar um cheiro pestilento proveniente do mau funcionamento do sistema de saneamento.
A Assembleia de Freguesia recorda as características topográficas da localidade “com acentuado declive” e sua “estupefacção” aquando da instalação do saneamento básico: “Os Serviços Municipalizados de Abrantes (SMA) e a Câmara Municipal de Abrantes (dona da obra) decidiram, perante a estupefacção de muitos, implantar a Estação de Tratamentos de Águas Residuais (ETAR) num dos pontos mais elevados da freguesia”, lê-se em comunicado emitido pela coordenadora da CDU, força maioritária nesta autarquia.
Na altura, “foi igualmente construído um poço de retenção de resíduos no lugar do Choupos (um dos pontos mais baixos da freguesia) que ali concentra os resíduos desta parte de Mouriscas e a partir daí são bombeados durante vários kms. Decidiram ainda aproveitar a canalização já existente no Casal da Igreja para a esta ligarem os novos ramais e conjuntamente conduzirem os resíduos à ETAR.”
À medida que os residentes iam ligando as suas habitações à rede de saneamento “começou a sentir-se um forte e acentuado mau cheiro nas residências e nos estabelecimentos comerciais do Casal da Igreja”.
A população reclamava e o executivo da Junta de Freguesia ia transmitindo o que se estava a passar aos serviços dos SMA. “Contudo o problema vem-se arrastando há meses sem que o mesmo tenha uma solução à vista”.
Perante a situação, a Assembleia de Freguesia, reunida em 24 de abril, aprovou por maioria (abstenção de dois dos eleitos pelo PS), uma moção em que responsabiliza “os SMA e a CMA por eventuais danos que a acumulação de gases possa vir a causar”. E exige “aos serviços competentes uma rápida solução para o problema, responsabilizando-os por eventuais danos que se venham a verificar”.