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03 JAN 2012
Tramagal: Encontradas mais peças de artilharia no Rio Tejo
Por Jornal Abarca
FOTO JORGE PEREIRA
FOTO JORGE PEREIRA

Foram encontradas, hoje, dia 3, mais peças de artilharia no rio, junto à Barca do Tejo, em Tramagal, tendo sido os explosivos entregues à Brigada de Minas e Armadilhas de Leiria.
Mas não é a primeira vez que se encontram munições neste local. Aliás, uma situação idêntica foi noticiada pelo jornal Abarca, na edição de Janeiro de 2008, tal como seguidamente se transcreve:

 

MARÉ BAIXA “DESTAPA” EXPLOSIVOS EM TRAMAGAL
GRANADAS À BEIRA DO TEJO

Três munições com 105 milímetros de diâmetro foram encontradas no Tejo, em Tramagal. A população diz que provêm da Metalúrgica Duarte Ferreira e que foram atiradas ao rio, há mais de 50 anos, após o acidente que causou dois mortos e nove feridos.

Pouco passava das dez da manhã, quando, no dia 26 de Dezembro, Jorge Pereira, enfermeiro militar, encontrou peças de artilharia no rio, junto à Barca do Tejo, em Tramagal. É habitual passear na zona, mas naquele dia “o rio estava anormalmente baixo e junto às pedras vi uma granada perfeitamente definida, com o ranhurado típico deste tipo de munições”. Ao lado, estava outra “mais dissimulada” e uma terceira foi encontrada, posteriormente, pela Brigada de Minas e Armadilhas de Leiria.
Jorge Pereira explica que são munições, possivelmente, de carros de combate, com 105 milímetros de diâmetro e, apesar
do estado de degradação, conseguiu reconhecer os objectos. No entanto, “para um cidadão comum não é assim tão fácil identificá-las. Podem confundir-se com garrafas de litro e meio, ou com latas, o que é mais provável, porque pela ferrugem vê-se que é um objecto metálico. Na parte mais bojuda têm uns vincos e uma cavidade na zona de inserção da espoleta”.
Mas não é a primeira vez que se encontram munições naquele local. “Numa das ocasiões, a brigada fez explodir uma das granadas, supondo que estivesse activada”, acrescenta Jorge Pereira.
Embora ninguém o confirme, supõe-se que estes engenhos provêm da Metalúrgica Duarte Ferreira e que foram atiradas ao rio depois do acidente com munições deste tipo, ocorrido a 30 de Abril de 1956, nas instalações da MDF.
Na altura, José Maria Lopes, 68 anos, era trabalhador da MDF. Trabalhava junto aos fornos e conta que era habitual fundirem-se invólucros de explosivos, porque um dos fornecedores da MDF era as forças armadas. Naquele dia, 30 de Abril de 1956, as duas granadas atiradas para o forno estavam activas. A primeira explodiu dentro do forno e a violência da explosão fez saltar a segunda que deflagrou no exterior. O desastre atingiu 11 homens, dois dos quais morreram.
Eram 10 horas e 37 minutos. José Lopes, então com 17 anos, estava a pregar pregos em peças de material de lavoura, e ficou sem o braço direito. “A partir desse dia, a fundição nunca mais usou esse tipo de sucata e os meus colegas disseram
que as granadas foram atiradas ao Tejo”, declara José Lopes.
Jorge Pereira opina que “ninguém se desfaz de munições activas, mas, até prova em contrário, elas oferecem perigosidade. Arma que mata não é a que nós sabemos que está carregada, mas sim a que pensamos que está descarregada. Devemos tratá-las como estando activas, nunca lhes devemos mexer”. O militar adianta ainda que “os pescadores dizem que há mais munições por aí”.
No entanto, a GNR “parte do princípio que não existam mais”, porque “quando fomos ao local batemos a área”. A mesma fonte revela também que as empresas que usam este tipo de munições já foram alertadas.

 

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