O Ministério Público (MP) de Abrantes acusou sete arguidos, entre os 19 e os 52 anos, considerados muito violentos e perigosos, imputando-lhes os crimes de associação criminosa, extorsão na forma continuada, coacção, dano, ofensas corporais e ameaça agravada. Quase todos residem no problemático bairro social de Vale das Rãs, em Abrantes.
Durante 10 anos, o grupo extorquiu dinheiro e bens a comerciantes, instaurando um verdadeiro clima de terror. Um empresário de Abrantes foi violentamente espancado em duas ocasiões, ameaçado de morte com arma de fogo e viu o seu café ser destruído várias vezes por recusar sempre pagar a "protecção" exigida pelos agressores. A situação foi, na altura, noticiada pelo jornal Abarca (edição 267, de 23 de Setembro).
Segundo a acusação, muitos comerciantes, perante ameaças de morte ou de vandalização, viram-se forçados a pagar mensalmente "quantias não inferiores a 50 euros, bem como géneros alimentícios e outras mercadorias", como tabaco e bebidas. "A obtenção dos valores monetários desta forma ficou conhecida por ‘camorra’", refere o despacho de acusação.
Apesar de levar sete arguidos a julgamento, o próprio MP reconhece que não conseguiu identificar e deduzir acusação contra todos os elementos do grupo que espalhou o terror na cidade desde 2000.
Recorde-se que em Outubro de 2010 o Comando Distrital da PSP de Santarém afirmou, em comunicado, que “a criminalidade denunciada e detectada pela Esquadra da Polícia de Segurança Pública de Abrantes está dentro dos parâmetros de registo criminal normais”.
Edições relacionadas: