O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) estima em cerca de 70 por cento a adesão dos enfermeiros do Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT), que hoje (dia 26) protestam pela alegada falta de condições técnicas e humanas de trabalho.
Joaquim Esperancinha, presidente do Conselho de Administração (CA) do CHMT, admitiu que os números de adesão à greve "deverão andar perto" dos valores avançados pelo sindicato, sublinhando que os serviços mínimos estão assegurados.
Com 670 enfermeiros nos três hospitais do CHMT - Abrantes, Tomar e Torres Novas -, estes profissionais dizem estar "no limite" da sua capacidade operacional e alertam para as "sucessivas reuniões com o conselho de administração e a contínua não resolução de problemas graves".
Helena Jorge, do SEP, disse que os enfermeiros "não aguentam mais o desgaste porque atingiram o limite físico e psicológico" e que "o atual estado de coisas coloca em risco a qualidade e segurança dos cuidados aos utentes".
A dirigente sindical afirmou que os enfermeiros não vão aceitar “fazer mais horas extraordinárias” e que não há profissionais em número suficiente “para dar resposta ao serviço e para a prestação de cuidados no serviço cirúrgico pós-operatório".
"Como não nos apresentam uma solução para este problema, as nossas reivindicações vão continuar em cima da mesa até que alguém se decida a resolvê-las", vincou.
Joaquim Esperancinha disse que “a situação vivida pelos enfermeiros não é recente", tendo sido detetada aquando da tomada de posse do CA, no final de 2011.
"Vamos pagar tudo o que tivermos a pagar, de 2012 para cá, em dinheiro ou em tempo, mas temos de elaborar um plano de pagamento, uma vez que esta questão não se pode resolver de dia para o outro", disse Esperancinha.
Este responsável disse que o CA vai voltar a reunir com o sindicato dentro de três meses para apresentar um plano para a resolução dos problemas.