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01 MAI 2017
O cidadão para o séc. XXI
Por Jornal Abarca

É voz corrente que os actuais jovens estudantes são desordeiros, malcriados, aprendem pouco, não conhecem Valores para a vida e, no entanto, também é voz comum que nunca Portugal teve uma geração tão bem preparada! Em que ficamos?

Claro que todos sabemos que o “politicamente correcto” tem levado à destruição da Família, célula base da sociedade. A Família e a Escola são complementares na educação e na formação dos jovens. Quando a Família não existe, ficam a educação e a formação, em muitos casos, apenas por conta da Escola que, cada vez menos, consegue obter resultados positivos, dada a enormidade de tarefas e responsabilidades atribuídas aos agentes educativos.

Mas valha-nos ao menos a preocupação dos actuais responsáveis por estas áreas ao nível governamental para ficarmos ainda muito mais preocupados com o “cidadão para o séc. XXI”.

Foi publicado há algum tempo o “Perfil dos Alunos para o Século XXI”, documento elaborado por um Grupo de Trabalho criado nos termos do Despacho nº. 9311/2016 de 21 de Julho.

O documento, para além do Prefácio e da Nota Introdutória, tem os seguintes capítulos: Princípios, Visão, Valores, Competências-chave e Implicações Práticas.

Sem dúvida alguma o documento tem princípio, meio e fim. Não me vou deter no princípio, nem no meio, mas apenas no fim: Implicações Práticas.

As nossas escolas actuais têm muita dificuldade em dar resposta àquilo que já delas se exige.

Edifícios em más condições, edifícios recuperados, reconstruídos, com todas as condições no projecto da obra, mas com dificuldades na sua plena utilização por dificuldades várias, sendo a principal a falta de dinheiro para se conservarem, se manterem e se utilizarem na plenitude daquilo que foi o projecto de recuperação ou reconstrução. Sabemos como foram estes “novos” edifícios dotados de meios físicos para proporcionarem uma óptima utilização em conforto e segurança para professores, alunos e demais agentes educativos. Mas sabemos também como, em grande parte destes edifícios, a obra foi realizada sem as devidas exigências na construção e na instalação de todos os sistemas previstos em projecto. Com isto criaram-se dificuldades e desmotivações em todos aqueles que aguardavam com estas obras uma substancial melhoria nas suas condições de trabalho.

Assim, o documento já citado apresenta as seguintes Implicações Práticas relacionadas com a prática docente:

“• Abordar os conteúdos de cada área do saber associando-os a situações e problemas presentes no quotidiano da vida do aluno ou presentes no meio sociocultural e geográfico em que se insere, recorrendo a materiais e recursos diversificados;

• Organizar o ensino prevendo a experimentação de técnicas, instrumentos e formas de trabalho diversificados, promovendo intencionalmente, na sala de aula ou fora dela, atividades de observação, questionamento da realidade e integração de saberes;

• Organizar e desenvolver atividades cooperativas de aprendizagem, orientadas para a integração e troca de saberes, a tomada de consciência de si, dos outros e do meio e a realização de projetos intra ou extraescolares;

• Organizar o ensino prevendo a utilização crítica de fontes de informação diversas e das tecnologias da informação e comunicação;

• Promover de modo sistemático e intencional, na sala de aula e fora dela,  atividades que permitam ao aluno fazer escolhas, confrontar pontos de vista, resolver problemas e tomar decisões com base em valores;

• Criar na escola espaços e tempos para que os alunos intervenham livre e responsavelmente;

• Valorizar, na avaliação das aprendizagens do aluno, o trabalho de livre iniciativa, incentivando a intervenção positiva no meio escolar e na comunidade.”

Preocupados por quê?

Por que são necessários edifícios para o séc. XXI, instrumentos para o séc. XXI, agentes educativos para o séc. XXI e sobretudo muito, muito dinheiro!!!

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