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01 MAR 2017
Infraestruturas de excelência
Por Jornal Abarca

Longe vão os tempos em que olhávamos para aquilo que eram as infraestruturas desportivas no Distrito de Santarém, mormente em termos de campos de futebol, e a realidade traduzia-se em campos de terra batida, muitos deles mal cuidados e sem o mínimo de condições exigíveis para a prática da modalidade. Relvados contavam-se pelos dedos de uma mão e mesmo assim já temos que entrar na última década do século passado para termos a mão completa. O Estádio 25 de Abril, em Tomar, entretanto incompreensivelmente demolido para dar lugar a um rectângulo sintético nada condizente com a história e prestígio do futebol da cidade do Nabão, e do qual tive o privilégio de usufruir, era um dos poucos espaços desportivos de excelência existentes no Ribatejo. Tratava-se de um estádio na verdadeira acepção da palavra. Ali se escreveu uma das mais belas páginas da história do futebol da Associação de Futebol de Santarém e em particular do União de Tomar, ao militar no principal escalão do futebol português e que nele viu brilharem enormes jogadores, como foi o caso do mítico Eusébio. Durante alguns anos a estagnação foi a nota dominante no que tinha a ver com a construção ou requalificação de campos de futebol, nomeadamente em termos de colocação do tão desejado tapete verde. Porém, o início deste milénio marca indelevelmente uma viragem em termos do paradigma que se verificava. Muitas foram as autarquias que, através de fundos comunitários ou até dos seus próprios orçamentos, conseguiram colocar em marcha um plano de desenvolvimento no que há melhoria dos seus parques desportivos disse respeito. Abrantes não fugiu à regra. Ao longo de muitos anos, direi mesmo algumas gerações, o Campo de Futebol do Barro Vermelho foi o único espaço disponível na cidade para a sua juventude poder praticar a modalidade. Sport Abrantes e Benfica e Sporting Clube de Abrantes eram os seus utilizadores residentes. Direi mesmo, exclusivos. Muitos foram os campeões ali formados, que dentro das parcas condições que tinham, ultrapassavam todas as adversidades e mostravam o seu potencial futebolístico, não só diante dos seus rivais distritais como também já em fases nacionais. Assente numa visão estratégica e potenciadora do desporto como factor decisivo para uma melhor qualidade de vida e incremento de hábitos saudáveis, a Câmara Municipal de Abrantes lançou-se na construção daquilo que é hoje a sua Cidade Desportiva. Por entre elogios à coragem e arrojo demonstrados, algumas críticas também se fizeram ouvir quanto à “megalomania do projecto” bem como à sua localização. Não as discuto. Era o sentir de alguns agentes desportivos de outras localidades do concelho que, pelo passado das suas colectividades, pelo trabalho desenvolvido, defendiam outras soluções. Não vingaram. Acredito que o caminho trilhado foi o mais lógico mas, sobretudo, o mais racional. Com a edificação do campo de futebol relvado, secundado pelo campo de relva sintética, os clubes abrantinos e aqui não falo só naqueles sediados na cidade, passaram a dispor de circunstâncias mais do que favoráveis para que os seus jovens e não só jogassem futebol dentro de requisitos que outros de um passado não muito distante da altura nunca tiveram. Mas, ainda bem que assim foi. Ainda neste capítulo, o futuro para o concelho de Abrantes adivinha-se auspicioso. Depois de Tramagal e Pego verem os seus projectos aprovados e da dinâmica de mobilização que os Dragões de Alferrarede estão a implementar na angariação de verbas para também terem no seu velhinho Campo Cuf um relvado sintético, facto que saúdo e que não posso deixar de elogiar- seria mais fácil cruzar os braços e criticar tudo e todos - o Concelho de Abrantes prepara-se para ver o seu parque desportivo ainda mais enriquecido. Sobre a temática aqui abordada, não podia deixar de assinalar o recente lançamento do livro “O Futebol no Distrito de Santarém – Infraestruturas Desportivas”, numa edição da Associação de Futebol de Santarém e que faz a radiografia das várias instalações desportivas do nosso distrito (campos de futebol e pavilhões) utilizados pelos seus clubes filiados. Uma obra pioneira assente numa base de dados dos ditos espaços desportivos e que incluiu a sua georreferenciação, cuja visualização recomendo.

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