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01 AGO 2017
O buraco
Por Jornal Abarca

Buraco – espaço vazio no interior de um sólido.

E não só!

Buraco na rede, buraco nas comunicações, buraco no banco, buraco nas contas, buraco negro, buraco na estrada, buraco na rua, buraco no orçamento, buraco informático (vulgo erro do computador), buraco da fechadura e quantos mais buracos não haverá por aí!?

Há buracos, buraquinhos e grandes buracos.

Há buraquinhos onde cabe um camião carregado de material bélico, mas que ninguém vê, é o chamado buraco invisível, logo não responsável.

Há o buraco nas comunicações que uns vêem, outros não. Aqui há, ou deve haver, um dom especial para os que vêem o buraco e o seu contrário para os que não vêem. O pior é o resultado, esse está bem à vista de todos, embora alguns continuem a negar a sua correlação. Quanto a responsabilidade, não se vislumbra, tal como o buraco para alguns.

Há buracos nos bancos que têm sido useiros e vezeiros de há uns anos para cá. Volta não volta lá aparece mais um buraquito que, lentamente umas vezes, muito rapidamente em outras vezes, se tornam em grandes buracos. Estes vão sendo muito semelhantes aos buracos negros do espaço – tudo atraem e nada deixam escapar, tal é a sua força de atracção. Tem sido muito difícil chegar ao fundo destes buracos e tem sido também raro saber-se para onde foi a matéria prima que deixou o espaço vazio. A culpa é do buraco.

Quanto aos buracos na estrada e na rua, já sabemos que a matéria prima foi projectada ou arrastada para o lado, deixando um convite à insegurança de quem passa, apeado ou a cavalo. Também os há de todas as formas e feitios. Vários exemplos na cidade. Talvez por algum buraco orçamental que deixa vazios cofres à prova de arrombamento. Aliás, arrombamentos é coisa difícil neste País, dada a segurança que se vive: não é preciso arrombar, basta abrir a porta que ficou no trinco. Às vezes até nos abrem a porta e ajudam a carregar a dita matéria prima, cuja ausência (espaço vazio) é responsável pelo buraco. Sim, a ausência é a responsável pelo buraco! Quem julgavam que era? Às vezes a matéria prima é levada para tapar buracos noutros solos, desculpem, queria dizer sólidos.

Também há o buraco do ozono que é responsável pelas calamidades que têm atingido a Terra nas mais variadas regiões. Mais um buraco responsável! Mas há quem não acredite e afirme que são tudo invenções da concorrência!

Dos buracos informáticos, há muito que não se falava em tal pois era certo que, em informática, vulgo computadores, não há buracos. Pelos vistos voltaram e que grandes buracos! Ausência de dez mil milhões da responsabilidade deste buraco informático. Ao que averiguaram a culpa é do computador. Por razões desconhecidas o referido voltou a cometer erros quando todos já estávamos convencidos que o computador não erra – só faz o que lhe mandam se, por acaso, entender! Como ninguém mandou, a culpa deve ser de algum electrão ou de algum buraco (ausência de electrão).

Por aí não se espreita – é o buraco da fechadura. Isto também era dantes, hoje as fechaduras têm buracos desencontrados e mesmo que se espreite já não se vê nada que se não tenha visto sem espreitar. Basta ir à rua, a moda encarrega-se de tornar obsoletos os antigos buracos das fechaduras. Buraco inútil e sem qualquer responsabilidade.

E mais buracos haverá por aí, só que não se vêem dada a ausência de matéria visível.

Há até quem diga que Portugal é um grande buraco, que todos já caímos no fundo, que ninguém consegue vir ao cimo. Pior é dizerem que o buraco é cada vez maior, que só com grandes ajudas poderemos voltar à superfície. Dizem também que os que podem ajudar já ajudaram muito e que, agora, cabe-nos a nós a vez de nos auto-ajudarmos para que, algum dia mais tarde, os nossos tetranetos possam respirar o ar puro da superfície.

É tudo pessimismo, contra-informação, maledicência. Os buracos vieram para ficar, têm direito a autorização de residência com visto Gold!

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