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01 AGO 2017
Estrelas cadentes e eclipse do Sol
Por Jornal Abarca

Todos os anos, por volta de 11 de agosto, se pode contemplar um considerável número de meteoros, nome que os astrónomos, em geral, preferem ao de “estrelas cadentes”, embora muitos deles admitam que esta última designação seja mais bonita do que o termo técnico.Esta repetição do fenómeno resulta de a Terra girar em volta do Sol a grande velocidade e, em certas ocasiões, passar em regiões onde anteriormente passou um cometa. Estes corpos celestes são constituídos por poeiras e gases congelados que, ao passarem a poucos milhões de quilómetros do Sol, ficam sujeitos ao fenómeno de sublimação, ou seja, à passagem do estado sólido (o gelo) para o gasoso, pelo menos nas camadas superficiais do cometa. As caudas que então se formam podem atingir milhões de quilómetros no espaço e, muitas vezes, são vistas com uma parte encurvada (a que é constituída pelas partículas sólidas) e outra (ou mais) perfeitamente rectilíneas (onde se encontram os gases sublimados), todas elas projectando-se para o lado oposto ao Sol. São essas as bonitas imagens de que alguns leitores se lembrarão de ter visto no céu e muitos de nós vemos em livros e outras publicações onde o assunto é tratado.

Se a Terra passar, em determinada ocasião do ano, no sítio onde passou o cometa, isso significa que, no ano seguinte, o nosso planeta voltará a passar por ali. Assim, se em certa data vemos muitas “estrelas cadentes” como resultado de os “restos” do cometa entrarem na atmosfera terrestre, arderem e provocarem os rastos luminosos que poderemos ver durante a noite, o fenómeno repetir-se-á no ano seguinte. Por isso se diz que há “chuva de estrelas cadentes” em várias datas, nomeadamente em 3 de janeiro, 4 de maio, 28 de julho, 11 de agosto, 21 de outubro e 13 de dezembro. Porque todas as “chuvas” parecem vir de um certo ponto do céu que, naturalmente, pertencerá a uma constelação, o nome da “chuva de estrelas” está sempre associado ao nome dessa constelação, como, por exemplo, as “aquáridas” (28 de julho) porque parecem vir do Aquário, ou perseidas (11 de agosto) por termos a ilusão de “sairem” do Perseu.

Durante as primeiras horas da noite de 11 para 12 de agosto, o Centro Ciência Viva de Constância abrirá portas (das 21:00 às 24:00) para acolher participantes que, integrados no programa “Ciência no verão”, desejem partilhar as observações que, embora prejudicadas pelo luar (há Lua Cheia 4 dias antes), proporcionarão a visão de alguns meteoros (pelo menos os mais intensos), enquanto se vai espreitando – através de um telescópio – as luas de Júpiter e os anéis de Saturno.

No entanto, este mês de agosto proporcionará mais um acontecimento astronómico notável, dir-se-á mesmo, um dos mais notáveis que a natureza pode oferecer: um eclipse total do Sol (no dia 21), que será visto nos seus aspectos mais bonitos e espectaculares, numa faixa que se estende por mais de cento e cinquenta mil quilómetros, desde o Oceano Pacífico até ao Oceano Atlântico, atravessando todos os Estados Unidos. Em Portugal só veremos a fase final do eclipse, já muito perto do pôr-do-sol, e durante pouco mais de 30 minutos. Mesmo assim, o Centro Ciência Viva estará aberto para apresentação de uma breve palestra (às 19:00) sobre os eclipses em geral e, em particular, os totais do Sol, iniciando-se a observação – através de telescópios equipados com filtros especiais – até cerca de vinte minutos depois das vinte horas, momento em que o Sol se esconderá no horizonte.

A participação é gratuita, quer para a observação da “chuva de estrelas cadentes”, a 11 de agosto, quer para acompanhamento da fase final do eclipse solar do dia 21.

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