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02 OCT 2017
Ficção ou realidade?
Por Jornal Abarca

Muitos são os casos em que a imaginação humana, aparentemente excêntrica e impossível de realizar, se tornou real.

Temos, na literatura, um caso em Júlio Verne, por exemplo, que muito antes da sua existência, descreveu pormenorizadamente realidades como o escafandro, o submarino, a internet…

No cinema, também este facto já ocorreu. Por vezes, interrogo-me se não terá uma correspondência ainda maior do que aquela que conhecemos. Parece-me pouco provável que muito dinheiro associado a um cientista meio louco não tenha colocado em prática um projeto de clonagem humana, mero mimo do que um dia poderá, infelizmente, vir a ser o futuro representado em “A Ilha”.

Outro caso polémico, ainda relativamente recente, fez-me igualmente recordar o filme “Exterminador Implacável”, a sua sequela, bem como a série cuja protagonista era Sarah Connor e que lhe deu seguimento. Resumidamente, a Inteligência Artificial (IA) ganhava autonomia, tomava o controlo, dominava a humanidade. O Homem lutava pela sobrevivência contra o poder da máquina que numa viagem temporal ao passado recorria ao extermínio da mãe (Sarah Connor) do chefe da rebelião humana. Resolvia-se, assim, o problema - acabava-se o rebelde antes de o ser.

Americanadas (de qualidade duvidosa e muita violência à mistura) à parte, neste verão, ocorreu algo digno de registo. Foi noticiado por várias redes sociais que um projeto colocou dois programas informáticos, Bob e Alice, destinados, segundo alguns, a estudar novas criptografias, segundo outros, a efetuarem trocas comerciais otimizadas e em tempo recorde. Na omissão de uma língua de comunicação ou na tentativa de comunicação secreta (circulam as duas versões), Bob e Alice criaram e utilizaram uma linguagem que os pesquisadores não só não conheciam e não entenderam como verificaram que era inexistente até esse momento. Ato contínuo, desligaram os equipamentos.

Ora, posteriormente, circulou um desmentido. Afinal, comunicaram em inglês, afinal alteraram com variáveis as frases na comunicação e, portanto, o projeto não foi cancelado, nem os computadores desligados. Mais, existem projetos que colocam programas a dialogar entre si, tendo-se já verificado a extrema facilidade de, como ocorreu com o Google tradutor, serem capazes de entender línguas para as quais não tinham sido inicialmente programadas e comunicar criando “novas línguas”.

Se a primeira se entende, pois as línguas humanas têm uma tessitura-base comum ao ponto de haver a teoria da língua primordial designada como indo-europeia, que explicaria todas as semelhanças entre as várias línguas até de grupos diferentes, e não constituiria perigo algum, apenas seria assombrosa essa capacidade, já a segunda, o facto de poderem criar uma linguagem própria, ininteligível para os humanos, isso, sim, é deveras preocupante. De espantar é que há esforços precisamente no sentido de que essas linguagens sejam criadas, apesar de não se saber onde isso levará.

Em que ficamos? Gosto pela exploração da IA e da capacidade da máquina levada aos limites ou paranoia e medo do desconhecido? Cada um escolha, quer a versão das notícias que entender, visto serem contraditórias – quem sabe a verdade se até Cristo guardou silêncio perante a questão “Que é a verdade?”, quer a posição a adotar perante o problema. Contudo, creio que não teremos de especular por muito tempo, ainda no tempo das nossas vidas esse mistério será desvendado. Recordam-se dos primeiros computadores que ocupavam salas enormes e eram mais lentos e com menor capacidade do que um Magalhães (passo a publicidade)? Ora aí está a velocidade da evolução.

Para finalizar, deixo a citação de Elon Musk, da Tesla e SpaceX, homem que sabe do que fala, e que dá que pensar: “A inteligência artificial ameaça a existência da nossa civilização.”

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