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02 OCT 2017
Abrantes, tudo como dantes
Por Jornal Abarca

Muito provavelmente, quando esta edição do jornal abarcachegar às mãos dos estimados eleitores já serão conhecidos os resultados das eleições autárquicas do dia 1 de Outubro e os rostos dos protagonistas, em cada concelho, em cada freguesia ou união das mesmas, que nos próximos quatro anos terão a responsabilidade de concretizar as políticas sufragadas na refrega autárquica, mediante aquilo que foram as linhas programáticas apresentadas na campanha eleitoral ou, como em alguns casos, a falta delas. O que não deixa de ter a sua importância, com particular incidência naqueles que nada apresentam, ficando todos nós a conhecer o seu vazio de ideias, como também aqueles que vão debitando umas atoardas de cariz populista numa tentativa desesperada de conquista o voto dos mais incautos. Porém e ainda bem que assim é, esta última forma de fazer política já foi chão que deu uvas.

Nas mais de quatro décadas que levo de existência, alguns desses anos foram de uma dedicação sem limites à causa política. Desde os tempos das juventudes partidárias, dos movimentos associativos estudantis, como posteriormente já em órgãos autárquicos, sempre procurei ter uma intervenção naquilo que mais dizia respeito aos jovens e em particular ao desporto, muitas vezes fazendo uso de uma rebeldia saudável, própria do momento, mas dentro de um espírito de sã convivência democrática e distante do actual cenário de ofensas gratuitas, cujos denominados profissionais da política teimam em fazer uso. Poderia aqui enumerar um sem número de exemplos, os seus intérpretes, da JSD, da JS… do Manuel Maurício. Enfim, vivemos o tempo do vale tudo. Até quase tirar olhos. E se alguns pudessem…

Talvez por isso, fruto do distanciamento provocado por alterações de ordem familiar e profissional e convivendo com realidades, não direi diametralmente opostas mas algo diferentes, consiga ter uma percepção do fenómeno político abrantino mais lúcida e despida da paixão evidenciada noutros tempos. A idade tudo traz. Até a capacidade de distinguir o essencial do acessório.

Apesar de não ser detentor de faculdades que me permitam antecipar qualquer resultado eleitoral e como já referi estou a escrever em data anterior à realização da contenda eleitoral do dia 1 de Outubro, não creio que o cenário político abrantino sofra qualquer tipo de modificação. Antes pelo contrário.

E as razões para que tal aconteça são fáceis de encontrar, por mais que ainda exista quem acredite em romantismos políticos, fundamentados em esperanças vãs de querer mudar o rumo da história. Mas este não se altera de um dia para o outro. Demora anos, décadas. E em Abrantes acredito mesmo que levará séculos.

E porquê? Porque o trabalho foi bem feito. E afirmo-o sem qualquer tipo de complexos ou constrangimentos sejam de que índole forem. E mais, com total desprendimento já que, qualquer interesse que me vincule a Abrantes não passa da natural afectividade pelas razões conhecidas. 

Poderemos questionar esta ou aquela opção, se as prioridades foram consentâneas com as necessidades existentes, se as políticas de investimento foram as mais adequadas, contudo, ainda não vi ninguém a questionar qual o papel que a oposição e em particular o PSD, desempenhou a partir de 1993 no Concelho de Abrantes e sobre o qual não tenho qualquer pejo em assumir o meu quinhão de responsabilidade. Porque em determinados momentos também lá estava e pouco ou nada fiz para alterar o rumo dos acontecimentos. Não se trata de qualquer acerto de contas mas simplesmente dizer o óbvio. Outros não o conseguirão. Por razões que só a eles assistem.

Como consequência, eleição após eleição, muitos têm sido os abrantinos, na maioria dos casos de nascença mas alguns também por adopção, com toda a abnegação e disponibilidade e acredito com gosto pela sua terra, que têm dado corpo a listas candidatas cujo papel se resume a um mero cumprimento de formalidades. E nos quais também já me inclui. Repito, EU. Portanto, a culpa é de muitos, não deste ou daquele. Também é minha.

Para finalizar, não existem melhores ou piores abrantinos. Contudo, existem diferenças que os separam. E que ditam os resultados das eleições. Para um lado ou para o outro. Em Abrantes tem sido sempre para o mesmo lado. E assim vai continuar a ser.

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