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01 ABR 2018
Vinte e oito anos de Telescópio Espacial Hubble
Por Jornal Abarca

Em abril do ano de 1990 foi lançado no espaço em volta da Terra o maior telescópio espacial até agora colocado em órbita terrestre, instrumento que permitiu até hoje um conjunto de observações que, conjugadas com ideias teóricas e resultados obtidos por telescópios em terra, fizeram avançar extraordinariamente o conhecimento sobre o Universo e os diversos objetos (galáxias, estrelas e sistemas planetários) que o constituem.

Depois de um período inicial algo difícil, em consequência de um defeito tardiamente detetado no espelho principal – que conduziria à notável proeza de produzir uma lente corretora e transportá-la (três anos depois) num voo especial, juntamente com dois astronautas que a colocariam no local do telescópio, previamente calculado – os resultados das observações efetuadas fora da atmosfera terrestre acabariam por ultrapassar todas as expectativas. Galáxias distantes até então não detectadas pelos grandes telescópios na superfície do nosso planeta passaram a fazer parte do conjunto de milhões de objetos semelhantes considerados como os “tijolos do Universo” e, dentro de algumas delas, foram observados fenómenos até então extraordinariamente raros, não porque não acontecessem com alguma frequência mas porque a atmosfera da Terra absorve – parcial ou totalmente – as radiações que deles resultam. O caso mais notável, neste domínio, relaciona-se com a explosão de uma estrela (fenómeno designado pelo termo supernova) tenuemente observada através de telescópios em terra, em fevereiro de 1987 (na galáxia satélite da nossa, designada pelos astrónomos por Grande Nuvem de Magalhães) e cuja visibilidade se foi tornando progressivamente mais difícil. O Telescópio Espacial Hubble (vulgarmente conhecido como HST - da designação, em inglês, Hubble Space Telescope), lançado três anos depois, acabaria por ser frequentemente orientado para este alvo, com o objetivo de ir fornecendo elementos que permitissem seguir a evolução da gigantesca massa de gás ejectada pela supernova.

Depois de corrigida a miopia do espelho principal, a nitidez das imagens revelaram-se impressionantes, mostrando claramente detalhes de filamentos em nuvens de gás com estrelas em formação, regiões de hidrogénio neutro “sobrepostas” a nebulosas “maternidades de estrelas” ou matéria visível a ser sugada para locais invisíveis onde se supõe a existência de buracos negros, objetos estranhos e sinistros, onde, teoricamente, o tempo pára e os objetos físicos se “esmagam”.

Com o passar dos anos o HST foi, naturalmente, envelhecendo e o desenvolvimento das tecnologias em terra fez dele um conjunto de equipamentos cada vez mais antiquado, circunstância agravada pela falta de manutenção resultante da suspensão dos voos do “vaivém espacial”. Há muito se fala do seu abandono e se prepara um substituto mais moderno mas … enquanto isso não acontece, o HST vai circulando à nossa volta, a cerca de 540 quilómetros de distância, parecendo uma estrela de pequeno brilho, deslocando-se regularmente sobre as estrelas e fornecendo aos astrónomos elementos com os quais se vão confirmando (ou infirmando) suspeitas e hipóteses sobre acontecimentos que, tendo ocorrido – alguns deles – há milhões de anos, só agora recebemos notícias trazidas por um prodígio da tecnologia que tem a bonita idade de vinte e oito anos … como o nosso jornal, A BARCA.

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