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01 JUL 2018
Até ao fim
Por Jornal Abarca

Já está! A passagem aos oitavos-de-final do Campeonato do Mundo acabou de ser consumada. Um jogo de sofrimento, fruto de uma exibição longe do desejável mas eficaz, tendo em conta aquilo que era o objectivo primeiro da nossa seleção mas ainda assim traída por uma grande penalidade muito duvidosa. Escrevo estas palavras pouco tempo depois do final da partida frente ao Irão. Segue-se o Uruguai. Por certo, quando este jornal chegar às mãos do estimado leitor, a sorte de Portugal já estará ditada. Para o bem, com a apuramento para os quartos-de-final, ou para o mal, em caso de derrota, restando à comitiva lusa fazer as malas e regressar ao nosso país. Com honra, mas definitivamente com pouca glória. Desportiva, saliento. Tudo o que não desejamos. Falo por mim. Porque atendendo aquilo que têm sido os considerandos acerca das exibições que a equipa portuguesa tem protagonizado, agora levados a uma dimensão sem precedentes, através de uma nova ordem judicial de seu nome Facebook, sou levado a pensar que vivo num país de espertos (poderia escrever experts, era mais fino) na matéria e que só por razões que a própria razão desconhece não enveredaram pela carreira de treinador ou especialistas na análise de cada escolha, de cada lance, enfim, de cada… nada. Mas é o que temos e com isso coabitar. É o triste fado português. O do desgraçadinho. É aquela vontade intrínseca de nos reduzirmos à insignificância. Ou é porque não jogamos um chavo, porque aquele ou o outro jogador não deveria de ali estar. Ele é o treinador Fernando Santos que não presta para nada – afinal ainda não prometeu que só volta a Portugal depois da final e aquilo de ter transformado Portugal em Campeão da Europa é coisa de somenos – ou porque não atribuir as culpas ao homem dos equipamentos pelo detergente não ser o mais adequado. Uma tristeza. Tantas e tantas críticas. Que nos tornam como se fôssemos os piores do mundo, que não vamos a lado nenhum, mas depois… bem, depois, vai tudo para a rua festejar como se tivessem sido os grandes responsáveis pelas vitórias alcançadas. Fazendo da glória, como se fosse sua. Como se fizessem parte do sucesso. De cara pintada, alguns davam uns bons palhaços de circo, com todo o respeito que a profissão me merece. Gritando desenfreadamente. Correndo, saltando, repito, como se a vitória fosse sua. Perdoem-me mas não posso deixar de o dizer. Porque vivo o futebol 365 dias por ano. Ou 366, se o ano for bissexto. Como muitos outros. E não apenas nos europeus ou mundiais, como é agora o caso. Porque trata-se de gente que talvez nunca tenha entrado num qualquer campo de futebol. Mas que se arvora no mais entusiástico adepto. Poderão dizer que são só fans da nossa seleção. Pura mentira. Não são adeptos de nada. Gostam é de estar do lado dos que ganham. Da festa. Porque este povo quer é festa. E como Portugal tem vencido… vamos para a festa. E vai continuar a vencer. Mesmo que perca.

Felizmente tenho o privilégio de pertencer a uma geração que tem a oportunidade de ver aqueles que são os maiores astros do futebol mundial. Com a graça de alguns serem portugueses. E até os melhores do mundo. Que me fazem esquecer este tipo de gente. Que só sabe criticar. Dizer mal. Nunca encontrando nada de positivo no que se faça. Até à vitória final. Como tem acontecido.

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