Home »
01 SET 2018
homem com H grande
Por Jornal Abarca

Diz a sabedoria popular que um homem só poderá sentir-se homem de verdade quando tiver plantado uma árvore, feito um filho e escrito um livro. Ora eu plantei dezenas de árvores e tenho 7 filhos (diga-se de passagem, com a preciosa ajuda da minha Madalena) faltava-me escrever um livro. Já não têm conta os artiguelhos que venho escrevendo, principalmente aqui no abarca, mas livro nunca escrevera. Era a última oportunidade para me sentir Homem e deixar uma pegada ecológica digna de registo e escrevi o livro que me faltava...

Não sei de onde me terá vindo esta mania de escrever. Só encontro uma possível explicação, embora não muito forte... Um namoro de 4 anos, feito por dezenas de cartas, ter-me-á criado este hábito, a que não chamo vício para não macular a memória do teor inocente e romântico das referidas cartas. Infelizmente ficaram reduzidas a cinzas, na Pucariça, no incêndio de 2005.

Tenho, no entanto de confessar um outro “amor” que tive e ainda dura e que me levou também a escrever inúmeras cartas, artigos e comentários: o Sporting. É realmente sobre o Sporting o primeiro livro que escrevi e a primeira reflexão que se impõe é: porque nos “apaixonamos” por um clube de futebol?... Aliás, há outras paixões sem fácil explicação...por exemplo, porque gostamos de um certo partido político? Porque gostamos de fado e não de jazz? Do artista A e não da B? No fundo, o que é “gostar de...”?

Deixemos as filosofias que o espaço é curto.

Desde 1957, portanto antes de casar e vir para Tramagal, que venho escrevendo sobre o Sporting e para o Sporting, sempre com um propósito: alertar para erros cometidos e propor soluções para problemas que pensava existirem. É que a crise no Sporting não nasceu agora com o aparecimento de Bruno de Carvalho. Bruno de Carvalho só apareceu porque havia condições para o seu aparecimento. Como também apareceram, nos outros chamados “grandes” clubes, dirigentes carismáticos mas pouco confiáveis...

Há uns 4 anos, fui entrevistado para o canal de televisão do Sporting e a jovem e simpática jornalista, no fim da conversa, fez-me a sacramental pregunta? “Então e agora, depois de toda a sua vivência como sportinguista o que sente ao recordá-la?” E eu respondi o que realmente sentia... “Sinto tristeza por verificar que o Sporting, afinal, é igual a todos os outros ditos grandes clubes”.Ao ver a entrevista na televisão, tive dois desgostos... ver a minha pindérica figura televisiva de velhote e constatar que tinham censurado o meu desabafo.

Fiquei desde então com o pé atrás quanto à bondade que me diziam existir no reinado de Bruno de Carvalho, dúvidas que se foram confirmando até às palhaçadas dos últimos tempos.

Para mim, o que é grave é terem existido tantos apoiantes de Bruno de Carvalho nos primeiros tempos e foi por isso que resolvi ir ao baú das minhas recordações para tentar denunciar os verdadeiros males que afligem o Sporting e “acordar a malta sportinguista”.

Dizia-me o Prof. Moniz Pereira “Carvalho eles têm muita força” e eles não podiam ser senão os que ganham com os negócios que o futebol alimenta e são muitos.

Considero que o que escrevi é um livro em contra-mão na estrada do Sporting e não estou muito confiante na força do meu livro como despertador. Mas como só é vencido quem não tenta, investi o meu subsídio de férias na aventura...

Ofereço as minhas memórias e ideias aos reais candidatos, mas já me sentiria satisfeito e realizado se aparecesse um grupo de sportinguistas que as quisesse melhorar e defender.

Chama-se o livro “Salvar o Sporting”(Memórias de um “sportingado” que nunca comeu croquetes) e estou a tentar que seja lançado em Tramagal até ao fim de Agosto.

Nele, depois das memórias, esboço um programa que ofereço a quem queira investircom bom senso, sem contar com a boa sorte; gastardentro de orçamentos realistas; equiparar o futebol às outras modalidades(sem negar a preponderância do seu fascínio); dar voz e ouvir os sócios; servir o Sporting sem se servir.

Acham que algum dos candidatos estará interessado na oferta?

E o tal ditado que para ser “homem de verdade” é preciso escrever um livro...?

É mentira: sinto-me o mesmo velhote. Restam-me as muitas amizades que felizmente tenho e a imaginação... para continuar a gostar de viver...

(0) Comentários
Escrever um Comentário
Nome (*)

Email (*) (não será divulgado)

Website

Comentário

Verificação
Autorizo que este comentário seja publicado



Comentários

PUB
crónicas remando
PUB
CONSULTAS ONLINE
Interessa-se pela política local?
Sim
Não
© 2011 Jornal Abarca , todos os direitos reservados | Mapa do site | Quem Somos | Estatuto Editorial | Editora | Ficha Técnica | Desenvolvimento e Design