No mês de Março um ciclone de dimensões aterradoras arrasou parte da zona centro de Moçambique, causando estragos de grande dimensão e um número de mortos eternamente por apurar. José Luís Rosa e Nelson Abreu, bombeiros em Abrantes e Torres Novas, estiveram no local a prestar auxílio.

José Luís deslocou-se ao porto da cidade e “foi quando verificámos um nível diferente de destruição, havia casas sem telhado, estradas destruídas, pessoas na rua a pedir comida e água”. Um cenário desolador, mas mesmo assim longe do que haveria de encontrar em Buzi. (...)

Um dia a directora da escola convidou os elementos que ali prestavam ajuda para uma sessão. Sem saberem ao que iam, foram surpreendidos com uma música de agradecimento cantada por cerca de 200 crianças entre os 5 e os 8 anos. (...) José Luís não aguentou a força da emoção perante a homenagem: “Ai... bateu-me muito. Muito mesmo”. E, desta vez, nenhuma força do universo foi capaz de suster aquelas lágrimas. (...)

Nelson Abreu escolheu um desses momentos para dar água a uma criança, longe de saber que esse momento lhe ficaria gravado eternamente como uma lição. “Um miúdo com cerca de dez anos pediu-me água e eu dei-lhe a minha garrafa. Ele bebeu um bocado e queria devolver-me a garrafa”. Nelson disse então ao menino que podia ficar com ela. A resposta foi dura: “É para mim para sempre?”, perguntou surpreso como se tivesse acabado de ganhar um tesouro. “Às vezes lembro-me dessa situação”, conta com as lágrimas nos olhos.  (...)

Poderá ler o resto da reportagem na edição em papel do Jornal Abarca, disponível nos postos de venda habituais.