É um concerto de sons, silêncios e mistérios e um hino à biodiversidade. Uma montanha que é um enorme castelo... Uma lição de vida e convivência ecológica e económica que a Serra da Estrela estabeleceu com as suas gentes.
Há nos altos ermos da Serra da Estrela, e resultantes da precipitação mais elevada que aí se verifica, lagoas naturais, lagoachos e albufeiras feitas com o engenho humano, rios, ribeiras e cascatas, fontes e nascentes, charcas, açudes, lameiros, turfeiras e zonas mal drenadas, um cântico à água que sempre terá com ela uma forte impressão geológica, reflexo dos seus antigos glaciares, e uma emocionante expressão nas gentes que naquelas montanhas vivem ou apenas as procuram para pastorear ou as visitarem nem que seja por um dia. (...)
“Os sistemas de montanha, sobretudo nos sítios mais altos, são como ilhas”, garante Tiago Correia, “cria habitats restritos, e é por isso que surgiram os chamados endemismos estrelares, espécies da Serra da Estrela que são únicas e exclusivas a nível mundial. (...)