Home »
24 JUL 2019
MAI acusa CM Mação de não activar Plano de Emergência que foi aprovado... hoje!
Por Jornal Abarca

As chamas parecem dar tréguas, mas as críticas entre o Governo e a autarquia de Mação fervilham intensamente. Nas últimas horas Vasco Estrela, presidente da Câmara Municipal de Mação, e Eduardo Cabrita, ministro da Administração Interna, trocaram acusações com a agressividade a subir de tom. Para completar a troca de galhardetes Eduardo Cabrita acusa Vasco Estrela de não ter activado o Plano Municipal de Emergência…que foi aprovado pelo Governo esta manhã!

Tudo começou quando Vasco Estrela se queixou da falta de meios para combater os incêndios: “Não podemos conceber que se diga que os meios eram os necessários, os suficientes, quando tivemos populações completamente desprotegidas”. 

António Costa, primeiro-ministro de Portugal, não gostou e retorquiu ao declarar que os autarcas “são os primeiros responsáveis pela proteção civil em cada concelho” e, por isso, serão estes os responsáveis por “prevenir, através da boa gestão do seu território, os riscos de incêndio”, insinuando assim que a gravidade dos incêndios estaria numa má prevenção feita pela autarquia e não na resposta dada pelo Governo, não obstante o facto de arderem 10 mil hectares de terreno em poucos dias.

Em entrevista à TVI, Vasco Estrela concordou com as palavras do primeiro-ministro puxando dos galões: “O concelho de Mação foi pioneiro em muitas das medidas agora implementadas pelo Governo a nível nacional” reforçando a crítica feita por Paulo César Luís, vice-Presidente da Câmara Municipal de Vila de Rei: “O Estado falhou”.

Eduardo Cabrita, que substituiu em 2017 Constança Urbano de Sousa que se demitiu precisamente perante o desastre dos incêndios há dois anos, inicialmente elogiou o “cumprimento rigoroso das orientações estratégicas definidas no modelo de combate aos incêndios rurais” em Mação e Vila de Rei.

 

O Plano Municipal de Emergência para aprovação desde Março… foi aprovado a 23 de Julho!

Foi, portanto, com espanto que se ouviram as declarações de Eduardo Cabrita esta noite à RTP: “O senhor presidente da Câmara de Mação optou por não promover a ativação do Plano Municipal de Emergência, não dar qualquer cooperação ao esforço de Proteção Civil e ser verdadeiramente um comentador televisivo” sugerindo ainda que as críticas iniciais de Vasco Estrela à falta de meios se deviam a “uma perturbação motivada pela tensão da ocorrência que estava a passar-se no seu concelho”.

Ao início da noite surgiu a resposta de Vasco Estrela em declarações à TSF: “Acusa-me de não activar o Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil que o Governo aprovou hoje de manhã”. Aliás, ao final do dia Vasco Estrela escreveu na sua página de Facebook que foi informado às 12.40h desta terça-feira da aprovação do Plano Municipal de Emergência “que desde Março estava para aprovação”, lembra. “São estas coincidências que acontecem e que realmente são de lamentar”. O autarca foi ainda mais longe: “É pena que o ministro não diga em que é que o Plano de Emergência alterava o rumo dos acontecimentos. Isso é que era bom que o senhor ministro explicasse”, sugeriu.

Aliás, o presidente da Câmara Municipal de Mação garante que “nunca me foi proposta a activação do plano, até porque, nas primeiras 48 horas do incêndio nunca fui convocado para participar em qualquer reunião no posto de Comando em Vila de Rei sobre o decurso do mesmo!”. Esta explicação choca, assim, com as críticas de António Costa e Vasco Estrela não tem dúvidas: “O responsável da Protecção Civil Municipal de Mação foi colocado à margem de todas e quaisquer decisões operacionais”. 

Vasco Estrela mostrou “total surpresa” com as declarações do ministro até porque estiveram juntos durante a tarde desta terça-feira e nenhuma das acusações feitas na televisão lhe tenham sido transmitidas pessoalmente. O autarca lançou ainda um desafio ao ministro: “Devia justificar perante os maçaenses e perante os portugueses como é que possível ter aldeias inteiras sem um único bombeiro lá para as defender. Isso sim, é responsabilidade do ministro", sublinhou. “Se o ministro tivesse coragem devia vir dizer o que disse olhos nos olhos à população deste concelho", desafia Vasco Estrela.

Para terminar Vasco Estrela garante que assumirá as suas “responsabilidades e darei as explicações aos Munícipes deste Concelho” pois “não tenho medo de ser julgado pela população deste Concelho!”.

Relembramos que a 8 de Julho o Tribunal de Leiria condenou o Estado Português por discriminação a Mação na atribuição de fundos para os concelhos que arderam em 2017. Apesar de ter sido o concelho com maior percentagem de área ardida em 2017, beneficiou apenas de 60% dos apoios, ao contrário de outros municípios que tiveram menor área ardida mas foram apoiados a 100%.

A 18 de Junho a autarquia maçaense tinha deixado um recado ao governo: "Depois de se dizer tanta coisa e de morrer tanta gente, está tudo igual!”, referiu na altura o vice-presidente António Louro.

(0) Comentários
Escrever um Comentário
Nome (*)

Email (*) (não será divulgado)

Website

Comentário

Verificação
Autorizo que este comentário seja publicado



Comentários

PUB
crónicas remando
PUB
CONSULTAS ONLINE
Interessa-se pela política local?
Sim
Não
© 2011 Jornal Abarca , todos os direitos reservados | Mapa do site | Quem Somos | Estatuto Editorial | Editora | Ficha Técnica | Desenvolvimento e Design