Naquele ano, o mês de Dezembro chegou ao calendário sem que ninguém tivesse dado por ele. Apesar de as folhas de algumas árvores terem sido pintalgadas de amarelo, o Verão teimava em não se querer recolher aos seus aposentos do outro lado do globo. As crianças brincavam na rua, de calções, e as famílias continuavam a ir à praia aos domingos.
Andava toda a gente tão empolgada com o estio que se prolongava indefinidamente no tempo que ninguém se lembrara do Natal.
José, o carpinteiro, foi o único a sentir que havia um erro qualquer na dinâmica do mundo. Todos os anos ele demandava as encostas viradas a Norte, nas colinas que mediavam entre a sua casa e a serpentina do rio, à procura dos melhores tufos de musgo que iriam tapizar o seu presépio.
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