"Todas as entidades ferroviárias, políticas e regionais têm de olhar para o fantástico museu que temos e fazer dele um dos melhores projetos de desenvolvimento do Ribatejo”, defende João Paulo Marques.
É um lugar majestoso, com um impressionante acervo de material circulante e espantoso para muitos dos seus visitantes. E é também um sítio de afetos e de memórias. Quando saímos de lá já não somos os mesmos, há um encantamento estranho que sai connosco depois deste reencontro com a recordação de muitas viagens, a emoção de algumas histórias passadas e que ali se acordam, e depois porque este museu se não é uma catedral gótica, é pelo menos, com a sua imponência, um templo ao grande tempo da revolução industrial. Não tem a imponência medieval que esmaga e subjuga da Catedral de Notre-Dame de Chartres, mas mora nele toda a força de uma arqueologia industrial ainda tão próxima que lhe podemos tocar com os dedos, e sobretudo com a memória afetiva de coisas que ainda partilhamos com ela. (...)
João Paulo Marques, que mantém aos 49 anos o mesmo entusiasmo e fascínio pelos comboios que já tinha precocemente na sua infância passada na Amadora, é um rosto carismático e reconhecido por todos os que visitam o museu. É ele quem acompanha e orienta a visita por entre todas aquelas locomotivas, automotoras, carruagens e material não circulante que o museu expõe, e sobre cada peça parece ter uma história para contar e um detalhe que pode dar para descobrir um mundo novo. (...)
“Eu ajudei a restaurar tudo e mais alguma coisa, incluindo o Comboio Presidencial, a automotora holandesa Alan (da década de 1950) e a miniatura da locomotiva Pacific. Descobri coisas que nem eu próprio sabia que sabia fazer. Tudo passava pelas nossas mãos, e a partir de 2015, como fui aperfeiçoando os contactos com os visitantes, passei a integrar a equipa de atendimento ao público”, refere. (...)
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