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03 SET 2020
ENTREVISTA - Gabriel Feitor: "2021 é a última oportunidade para Alcanena"
Por Jornal Abarca

Em 2017, aos 23 anos, foi o mais jovem candidato nas eleições autárquicas a nível nacional. Nascido e criado em São Pedro, em Alcanena, o historiador e investigador que foi bombeiro, sempre abraçou o associativismo e agora é vereador, vê com preocupação o rumo da terra que ama.

Em 2021 serás candidato novamente?
Não. Neste momento não tenho disponibilidade para assumir uma candidatura a um órgão como a Câmara Municipal. Mas está a ser preparada uma candidatura do Cidadãos Por Alcanena que será apresentada em breve e que eu apoiarei.

O lema do grupo que encabeçaste falava num “concelho com futuro”. Ainda pensas que Alcanena é um concelho que tem futuro?
Tem… tem futuro se o souberem agarrar agora, em 2021. Há um ciclo de mudança, terá de ser feita uma reflexão sobre aquilo que se passou nos últimos três mandatos. Nós concluímos que há uma última oportunidade. Para quê? Para encontrar novas formas de diversificação do tecido económico de Alcanena, não podemos continuar a sobreviver da “monoindústria” dos curtumes. Porque cada vez existem menos fábricas, porque é uma indústria poluidora e porque um monopólio industrial retira competitividade, e se há algum problema que leve ao desemprego é muito grave. A indústria é importante, teve o seu papel na formação do concelho, na consciencialização da ideia de autonomia perante Torres Novas, mas tem de haver mais. E mais é a indústria de valor acrescentado, como as novas tecnologias. Porque não é poluidora e tem capacidade de atrair jovens. Falta-nos massa crítica, os jovens saem e não voltam… e com o problema ambiental o território não é atraente. Enquanto não se revolver a questão ambiental, não se resolve mais nenhuma. O ambiente é a questão mais importante dos próximos anos para Alcanena e no nosso grupo há um projecto e gente capaz de o pôr em prática, com conhecimentos técnicos, motivação, coragem e vontade política para o fazer.

Mudando de tema: como historiador, defensor da República e um democrata, reconheces nos tempos que vivemos uma nova ascensão do fascismo?
A história nunca se repete. Pode ter muitas semelhanças, mas há sempre contornos novos. Agora, que há um processo muito semelhante com o pré-II Guerra, há. Sem dúvida. Mas também existe uma diferença muito grande: há uma direita completamente reacionária nos direitos individuais com muitas semelhanças com o fascismo do passado. “Fascizante”, mas a nível económico é totalmente ultra-liberal. E essa é uma forma de opressão. Olhamos para os estafetas das empresas de distribuição de comida, e porque a esquerda também não soube dar respostas, faço esse mea culpa, esses trabalhadores precários são uns desgraçados. Para muitos deles a almofada para dormir é a caixa das entregas que levam na mota.

Poderá ler o resto da entrevista na edição em papel do Jornal Abarca, disponível nos postos de venda habituais.

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