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30 NOV 2020
ENTREVISTA com Evelina Gaspar: "Os livros
podem ser a salvação do mundo"
Por Jornal Abarca

Nasceu em Paris, em 1974, mudou-se para Tomar ainda em criança e há cerca de duas décadas que escolheu Vila Nova da Barquinha para se inspirar. Os dois romances que escreveu foram ambos premiados. Evelina Gaspar fala-nos em entrevista sobre a importância da literatura para construir um mundo melhor.

Como se apaixonou pela escrita?
Não sei se me cheguei a apaixonar, é difícil explicar. Esta coisa de escrever vivia comigo há muito tempo como se eu não visse, como uma sombra invisível que foi ganhando consistência e um dia consegui vê-la. Há muitos anos que sentia essa inclinação, mas é preciso ter condições para escrever. Sobretudo se for um romance que é uma coisa de longo fôlego. Não são apenas as horas do dia, é preciso uma disponibilidade mental porque estamos sempre a construir o romance mesmo quando não estamos sentados ao computador. Sentia essa pressão, mas não lhe podia ceder completamente, por isso fui escrevendo pequenos textos, contos, coisas que foram muito importantes porque me fizeram desenvolver uma identidade e uma linguagem própria. Não era possível aceitar escrever com seriedade por falta dessa disponibilidade. Mas essa vontade esteve sempre presente, sempre fui uma leitora voraz e não há escritor que não seja leitor. Há uns anos quando consegui largar a área dos transportes, e logo para ir para uma biblioteca, criou-se o silêncio que eu precisava, que me permitiu com continuidade entregar-me a essa coisa que já perseguia há muito tempo. Estava contido e foi crescendo, materializando-se e um dia aconteceu. (...)

Mas existe hoje uma menor predisposição para ler?
O que existe hoje é que há um tempo muito rápido, tempo para a superficialidade. Ler é o oposto disso, é parar, é mergulhar nos pensamentos. Quando estamos a ler há muita coisa a acontecer no nosso cérebro, não é como ver um filme ou uma série. Desenvolvemos uma inteligência emocional muito maior porque há um envolvimento muito maior e deparamonos com situações na literatura que depois transportamos para a realidade. Na vida real a panóplia de coisas que nos acontece é muito reduzida e quando lemos o nosso universo abre imenso. Quando se vê uma série não acontece isso porque é uma coisa mais passiva. Actualmente as pessoas não têm essa predisposição, e não tem a ver só com educação, tem a ver com tempo. É preciso lutar com esta superficialidade. Criamos pessoas superficiais porque são incapazes de fazer este mergulho. A literatura também ajuda a definir-nos perante o mundo, a compreender os outros e a desenvolver uma grande empatia. Quem lê mais tem tendência a ser mais empático porque conhece uma maior gama de emoções, de pensamentos, de formas de vida e isso torna-nos mais inteligentes e melhores seres humanos. Acredito mesmo nisto. (...)

Actualmente está a preparar alguma obra?
Estou a trabalhar noutra coisa, diferente, mas que ainda não sei o que vai ser. É um projecto diferente.

Poderá ler a entrevista completa na edição em papel do Jornal Abarca, disponível nos postos de venda habituais.

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