Luís Ferreira, jovem de 29 anos, natural de Moitas-Venda, no concelho de Alcanena, e que se encontra numa situação clíncia de extrema gravidade, vai regressar este sábado a Portugal para iniciar um longo processo de recuperação.
O jovem emigrou em 2019 para a Holanda, mas a 26 de Dezembro de 2020 sofreu uma embolia cerebral que gerou “Síndrome de Locked-In”, ou seja, neste momento o jovem está perfeitamente consciente mas não consegue mexer o corpo, ficando encarcerado no próprio corpo.
Isabel, a mãe, contou esta tarde a história no programa “Goucha”, da TVI: “Soube que ele estava mal quando me atenderam o telefone e disseram ‘hospital’ com sotaque inglês”. A progenitora não hesitou e “peguei em duas mudas de roupa e fui imediatamente para a Holanda”.
Viu o filho “ligado à máquina, todo ventilado”, mas lúcido: “Ele está consciente mas não consegue mexer os músculos. Neste momento só mexe a mão direita e agora um bocadinho a cabeça”, disse Isabel a Manuel Luís Goucha.
Bruno Martins, amigo de longa data, disse que Luís se sentia “muito bem na Holanda, estava muito feliz e motivado porque estava a melhorar a vida dele”. Visivelmente emocionado contou quando falou ao telefone para o amigo e “ouvi o queixo dele a bater de tanto chorar porque não consegue falar”.
Neste momento Luís está internado mas o objectivo da mãe, juntamente com os amigos, é trazê-lo para Portugal: “Abandonei tudo, tenho a minha mãe sozinha em Portugal. Mas só me vou embora para Portugal com o meu filho, não o vou deixar para trás, o meu coração de mãe… é terrível mas eu não desisto, não desisto, não desisto!”, desabafou emocionada.
A situação tem sido bastante complexa porque “financeiramente não tenho meio de subsistir”, agradecendo a todos os amigos que a têm ajudado a permanecer todo este tempo na Holanda.
Viagem num avião-ambulância e um longo caminho para a recuperação
Luís irá voltar a Portugal este sábado, fruto dos esforços empreendidos pela mãe e pelos amigos, sobretudo nas redes sociais.
Inicialmente foi feita uma campanha para angariar 28 mil euros, o valor pedido para trazer Luís num avião-ambulância: “Ele tem de vir acompanhado por médicos e enfermeiros, ligado às máquinas e aos ventiladores”, explica a mãe.
Contudo, “uma empresa privada entrou em contacto connosco para o trazer por um valor menor”. Assim, explicou a amiga Susana, passaram a ser necessários 16 mil e 500 euros. Nesta altura os donativos tinham atingido os 9 mil euros e Isabel decidiu não esperar mais: “Pedi emprestado o resto, mas tenho de o pagar”, conta.
O amigo Bruno explica que “quando ele aterrar em Lisboa vai ser transportado para o Hospital de Tomar. A partir daí será encaminhado para um Centro de Reabilitação” onde o espera um longo processo de recuperação. Este processo “pode demorar meses ou anos”, explica Isabel, e “pode ter sucesso ou não”.
A tia Elsa admite que “não está a ser fácil” para os amigos e a família mas está “muito feliz por ele voltar”. Fez questão de agradecer a quem tem ajudado: “As pessoas têm sido muito amigas, ninguém nos disse que não”, reconhece.
Por último, Bruno lembra que ‘Mike’, como Luís é tratado de forma amistosa, “é um espírito livre e está a sofrer imenso”, mas “estar em Portugal, em contacto com os amigos e a língua, vai ser muito bom”.
A recolha de donativos continua activa e quem quiser ajudar pode fazê-lo para o NIB 0007 0000 0035 1817 7402 3.
