Quando uma criatura afirma que “este Papa tem prestado um mau serviço ao cristianismo” e que “precisamos de um novo regime” para mim, chega. Para quem me conhece sabe que, obviamente, não poderia deixar de aproveitar este espaço para opinar sobre as eleições de 24 de Janeiro e manifestar a minha indignação com a medalha de bronze.

Para lá dos chorrilhos sobejamente conhecidos e repetitivos usados pela criatura – frases feitas e fáceis, discurso demagogo, sem consistência e, preferencialmente, aos berros, assente em insultos pessoais a quem lhe possa fazer sombra (que para quem tanto apregoa o chamamento divino e se diz cristão desprestigia o cristianismo), só consegui reter duas frases. 

impostos, prisões perpétuas, penas de mortes e afins, repito, só consegui reter duas novidades. Até o que está no programa da criatura quanto ao serviço nacional de saúde ou escola pública, entre outros temas, poderia integrar um outro programa à direita. Porém, e ainda que ambos tenhamos estudado direito em faculdades diferentes e com professores diferentes, há conceitos que são iguais em todos os manuais. Conceitos intemporais e imutáveis. Nas sebentas e aulas dos Professores Jorge Miranda, Freitas do Amaral e Marcelo Rebelo de Sousa, abreviando, aprendi que há dois tipos de regimes políticos: democráticos e totalitários e três sistemas de governo: presidencialismo, parlamentarismo e semipresidencialismo.

No dia 25 de Abril de 2020, a criatura proferiu a seguinte frase na Assembleia da República “…precisamos de um novo regime… uma nova madrugada que traga um novo regime”. Talvez os militares tenham conseguido libertar-se a si próprios. Mas não conseguiram libertar Portugal…”.

Claríssimo!!! Não tem nada que enganar. Disse ao que vem no dia certo e no local certo. 

Posteriormente e numa entrevista ao Jornal “DN”, opinando sobre o Papa Francisco, cereja no topo do bolo “Este Papa tem prestado um mau serviço ao cristianismo. Acho que tem contribuído para destruir as bases do que é a Igreja Católica na Europa e em breve vamos pagar um bocadinho por isso”. Os regimes totalitários estão bem na frente dos nossos olhos e a título, meramente exemplificativo (nem precisamos de recorrer à Coreia do Norte o mais rígido) China, Irão ou Hungria. O ditador até pode ser eleito. Atente-se a este último país. As decisões estão centralizadas em Erdogan e no grupo que o rodeia, mas as práticas por si adoptadas violam a liberdade de expressão dos húngaros e seus direitos individuais. Com frequência ordena prisão a jornalistas que criticam as suas políticas. Onde é que já vimos este filme?

Continuem distraídos. A criatura diz, contradiz, mente, mas tem uma certeza, eu percebi bem e está escrita: quer abandonar a democracia e implementar um regime totalitário. Quanto ao mau serviço do Papa Francisco deixo ao leitor a avaliação do carácter desta criatura. Como se não bastasse o “mau serviço do Papa Francisco” ainda vamos pagar por isso. Esta criatura é diabólica e premonitória. Até já sabe que vamos pagar pelo mau desempenho do Papa Francisco.

Este homem diz-se cristão, andou no seminário mas nunca leu a Bíblia.