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14 ABR 2021
OPINIÃO | "Mortes", por António Carvalho
Por Jornal Abarca

Desculpem-me, mas hoje vou escrever sobre mortes...

A primeira das “mortes” é “a morte assistida” que vem politicamente acompanhada da “eutanásia.
Por amor, desamor, falta de dinheiro ou de saúde, por honra, desonra, falta de apoio ou de sorte, o suicídio sempre conviveu, na história, com a humanidade, tal como o assassinato. Os infelizes, normalmente enforcavam-se, afogavam-se, envenenavam-se ou atiravam-se de alturas convenientes.
Nunca, que me lembre, algum suicida foi a tribunal depois de morto, por isso, os suicídios são, quase exclusivamente, um problema pessoal, em número diminuto, não perturbam o Estado, nem contribuem para a lentidão dos nossos tribunais.
Como se não bastasse para nos distrair, as notícias das milhentas mortes causadas pela Covid e outras doenças, os nossos políticos resolveram preocupar-se, com os problemas filosóficos e jurídicos relacionados com o “suicídio”. Não lhes passou pela cabeça criarem condições que diminuissem a infelicidade dos portugueses e a sua mórbida tentação para se matarem.  

A segunda morte é a morte da língua portuguesa que só aparentemente não é tão trágica.  É uma morte que parece simbólica mas que pode ser prenunciadora de uma epidemia tão letal como, há séculos passados, foram a ditadura e as fogueiras da Inquisição. Começou lá fora, ao que parece na Universidade de Manchester, que pretende abolir todas as definições binárias. Assim, “Mulher/homem” deve ser substituído por “pessoa”; ”senhoras/senhores” por “toda a gente”, “mãe/pai” por “progenitores”...
A pandemia já chegou a Portugal e o primeiro sintoma, que não assustou muito, foi o “politicamente correcto”. Teve agora uma pequena vaga com o Manual do Conselho Económico e Social que, cito o semanário “Nascer do Sol”, pretende “ tornar a comunicação interna e externa mais neutra e inclusiva... dando vários exemplos que passam por evitar o género masculino, ou utilizar os dois géneros, promovendo a igualdade entre homens e mulheres”.
Se não houver vacina atempada, ou doses reforçadas de bom-senso e coragem reaccionária, a pandemia irá tendo sucessivas vagas até literalmente calar quem leia, pense e escreva fora dos cânones de quem estiver no Governo, certamente de esquerda.

A terceira morte, é a metafórica Morte do Homem não-Branco. Estou certo que os racistas que existem em Portugal não deixarão de condenar com veemência os assassinatos selvagens de homens, mulheres e crianças que têm sido cometidos no norte de Moçambique, por terroristas negros do DAESH.
Dada a ausência dos antigos colonizadores da Europa Ocidental e a incapacidade dos governos africanos para garantirem a segurança dos seus povos, a Rússia e a China prontificaram-se a ajudá-los. Ninguém pode, em consciência, condená-los. Há, em todos os países, em todas as raças, mesmo em todas as religiões e regimes, pessoas boas e más pessoas. Tanto os russos como os chineses irão cobrar recompensas pela ajuda que derem aos africanos. Desejo que os africanos ganhem com a troca de colonizadores, mas continuo a lamentar que angolanos, cabo-verdeanos, são-tomenses e guineenses tenham, como a maior parte dos portugueses, sido enganados e deixado de ser Portugueses. Mas isto sou eu a quem o meu pai, embarcadiço, chamava, a mim e à minha irmã, “meus pretitos” antes de nos contar histórias infantis.

Chegamos assim às mortes naturais, por doença, que tiveram mais tempo de antena que o nosso CR7 e a Cristina Ferreira, mas que nos últimos tempos têm perdido audiências para a vacinação. Tenho que seguir o exemplo das rádios e Tv´s e adiar para o próximo mês as mortes naturais.
Para terminar. Segundo o Dr. Hans Rosling, um médico sueco, filantropo, com vasta experiência em terras de África, já falecido, são cinco os riscos globais com que nos devemos preocupar:
uma pandemia global, um colapso financeiro, uma terceira Guerra Mundial, as alterações climáticas e a pobreza extrema.


Esta já existe, atinge 800 milhões de seres humanos e conhecemos as soluções: paz, escolarização, cuidados de saúde básicos, água potável, contraceptivos, sanitas, electricidade e microcrédito. Seria o mais fácil de eliminar se todos os governantes fossem decentes...

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