Home »
16 MAI 2021
OPINIÃO | "Desinfectantes", por Armando Fernandes
Por Jornal Abarca

Se detivermos a atenção à publicidade inserida nas televisões, rádios e imprensa em papel, verificamos quão grande é a transformação do mercado publicitário pós pandemia. Muitos anúncios esvaíram-se, outros foram reformulados e imensas mensagens prendem-se com a higiene de imóveis, residências e pessoas, pois a pestilência mortífera implica a adopção de cuidados extremos no tocante ao exorcismo dos vírus, apesar de ímpios incultos, estúpidos e outros que tais negarem ao modo dos fundamentalistas que até se representam nas áreas do direito, da medicina, da sociologia, para escândalo das academias de borla e capelo.

Sem escândalo muitos adeptos da desinfecção corporal usam águas ardentes, ditas água de vida, sempre desmentidas do mesmo modo que os negacionistas, refiro-me aos cirróticos especialistas nas cachaças velhas e novas e todas as bebidas alcoólicas, arrependidos quando o remédio não tem qualquer efeito.

Os desinfectantes propagandeados ao modo da banha da cobra, prometem eficiência duradoura, fazem-nos abrir a boca de espanto dado abarcarem todos os vivos (crianças, adolescentes, adultos de meia-idade, de idade madura, de idade tardia e velhos/velhos), os animais domésticos sem esquecer os que mordem os visitantes e/ou os donos desatentos. Morder a mão ao dono é praga que nenhum desinfectante consegue esconjurar. Daí a causa de José Sócrates chorar baba e ranho levando em linha de conta os milhares de favores aos seus camaradas e, na altura de ser inquirido acerca da proveniência de bens luxuosos, reluzentes, ostentosos e ostensivos, ele respondeu terem-lhe saído em sorteios e quermesses propriedade de um amigo, António Costa ordenou silêncio ortodoxo deixando-o dependurado no guindaste do sobe e desce da justiça. Ingratos.

Neste apertado cilício imposto contra a nossa vontade, os desinfectantes apesar da sua enorme variedade, ainda não publicitam o engenhoso processo engendrado nos alvores do século XX pelo influente abrantino Solano de Abreu para desparasitar o velho Teatro Taborda antes do começo da temporada teatral. Assim, ordenava ao Sr. Joaquim Moreno a condução do seu rebanho de ovelhas para o interior do Teatro de modo as ingénuas e inocentes (lembram-se do Silêncio dos Inocentes?) ovelhinhas percorrerem todos os espaços do edifício a fim de todos os insectos (mesmo os bichos carpinteiros) saltarem para a lã dos animais livrando os espectadores do primeiro espectáculo de picadas, comichões e convulsões corporais geradoras de censuras, risadas e outros embaraços.

O Dr. Solano de Abreu além de inteligente era um finório!

(0) Comentários
Escrever um Comentário
Nome (*)

Email (*) (não será divulgado)

Website

Comentário

Verificação
Autorizo que este comentário seja publicado



Comentários

PUB
crónicas remando
PUB
CONSULTAS ONLINE
Interessa-se pela política local?
Sim
Não
© 2011 Jornal Abarca , todos os direitos reservados | Mapa do site | Quem Somos | Estatuto Editorial | Editora | Ficha Técnica | Desenvolvimento e Design