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21 ABR 2022
25 DE ABRIL | "Longa Vida à Liberdade"
Por Jornal Abarca

Prestes a completarem-se 48 anos da Revolução dos Cravos, celebrámos a 24 de Março 17500 dias em liberdade, ultrapassando o tempo vivido em ditadura. A 14 de Abril estreou um filme sobre a vida de Salgueiro Maia.

 

“Esta é a madrugada que eu esperava
O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância do tempo”

 

Foi assim que Sophia de Mello Breyner Andresen eternizou o dia 25 de Abril de 1974, a revolução que fez nascer a liberdade em Portugal. Esse foi o primeiro de milhares de dias inteiros e limpos, mas a caminhada para que a liberdade sobrevivesse mais tempo do que a longa noite do fascismo seria de várias décadas.

Entre 28 de Maio de 1926 e 25 de Abril de 1974 Portugal viveu 17499 dias em ditadura. Em sentido oposto, a 24 de Março de 2022 cumpriram-se 17500 dias de liberdade em Portugal – assinalando-se assim a data em que o país passou a viver mais dias em democracia do que em ditadura.

Quem tem menos de 48 anos não sabe o que significa viver em ditadura. A minha geração, considerando que nasci na década de 1980, teve de mão beijada o que muitos nunca conheceram. Aquilo por que muitos morreram. E por isso não podemos aceitar – eu não aceito – que nos tentem convencer que Abril foi um falhanço. O processo democrático, com todos os erros que lhe conhecemos, é o melhor legado que Portugal teve na sua história. Nunca em nenhum outro momento da nossa história a base da sociedade se centrou na liberdade, na igualdade e na promoção de justiça social.

Tememos hoje, com o que vemos na Ucrânia, que o que se viveu na Europa durante a II Guerra Mundial há 70 anos se volte a concretizar, e percebemos que – na história da humanidade – algumas décadas simbolizam muito pouco tempo. 48 anos de liberdade ainda representam uma democracia em construção e a sua solidificação passa pelo sucesso das políticas, como acima referido, de liberdade, igualdade e justiça social. Compete aos agentes políticos cumprirem esses fundamentos e perceberem o que, 48 anos depois, significa o 25 de Abril para a maioria dos portugueses.

Os jovens, as mulheres e os mais instruídos são quem mais valoriza a Revolução
A poucos dias de se comemorar o 48º aniversário da revolução, o Centro de Estudos e Sondagens da Universidade Católica revelou uma sondagem sobre o 25 de Abril com resultados que merecem reflexão.

Apesar de 75% dos inquiridos considerar a revolução como “muito positiva” contra apenas 4% que sentem que a data se certifica como “nada importante”, são os jovens entre os 25 e os 44 anos quem mais valoriza o 25 de Abril. A população com curso superior é a que mais importância dá à revolução, com 85% a classificar o momento como “muito importante”. Na relação de género, são as mulheres quem dá mais importância com 80% das inquiridas a classificar a revolução como “muito importante”.

Na comparação entre a valorização da data e o voto depositado nas últimas eleições legislativas, quem menos importância dá ao 25 de Abril são os eleitores do Chega, em contraponto com os do Livre e do PAN.

“Salgueiro Maia, o implicado”
Estreou no dia 14 de Abril nas salas de cinema nacionais a película "Salgueiro Maia, o Implicado", do realizador Sérgio Graciano: “Uma história de ficção baseada em factos históricos, relatos pessoais, revelações íntimas, emoções reais de quem acompanhou” a vida do Capitão de Abril, revelou a distribuidora Cinemundo. Salgueiro Maia, natural de Castelo de Vide, faleceu em 1992 com 47 anos.

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