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20 JUN 2022
OPINIÃO | "O Grande Irmão", por Humberto Lopes
Por Jornal Abarca

Mais conhecido por “Big Brother” na terminologia em uso pelos entendidos na matéria!

Sim, também é um programa de televisão onde, ao que se julga, a protecção de dados não se aplica. Os e as intérpretes são voluntários e voluntárias, logo espreitar pelo buraco da fechadura, vulgo écran de televisão, não é crime por devassa da vida privada.

Às vezes, ao que consta, são imagens para adultos como nos filmes. Mas parece que ninguém se preocupa com este fenómeno. Pelos que se vai sabendo, as audiências continuam em alta, logo a publicidade paga tudo e ainda sobra dinheiro.

O Grande Irmão não está só na televisão.

Quantas cidades já possuem câmaras de registo de imagem no espaço público?

Consta que são bastantes.

E nos centros ditos comerciais não está sempre “O Grande Irmão” vigilante, tudo registando para memória futura?

Também consta ou constou que até forças de segurança teriam ou deviam ter direito à câmara de filmar na rua, entenda-se espaço público.

Mas não existem já outros instrumentos de alta tecnologia para nos espreitarem pelo dito “buraco da fechadura”?

Quantos radares que medem velocidades e filmam na via pública existem por aí?

Quantos radares deste mesmo tipo são utilizados pelas forças de segurança?

Quantos cidadãos e cidadãs são seguidos, fotografados, filmados por agentes de autoridade em investigações validadas por um juiz?

Quantos agentes privados actuam sob a manta da clandestinidade no seguimento de pessoas, levantamento do que fazem, com quem se encontram, que actividades desenvolvem ou se presume que desenvolvam?

Sabemos todos como a utilização de computadores, telemóveis, tabletes e outros produtos de ciência actual, está a ser monitorizada através da rede de internet pelos “sítios” (sites) que vão visitando, pelos produtos que vão procurando, ou que vão mesmo adquirindo, com a utilização dos famosos cookies autorizados por cada um de nós!

Actualmente, todos nós estamos altamente vigiados pela imensidade de aparelhos que utilizamos e que se tornaram indispensáveis (?) para a nossa vida. Estamos todos sob o “olho tecnológico e a memória infinita” deste “Grande Irmão”.

Tudo que não tenha sido previsto e visto como impossível há setenta anos!

George Orwel 1984, editado em 1949, “dixit”!

Mas, no meio de tudo isto, surgem questões legislativas complicadas - os metadados!

Imaginem só que no meio de todos estes instrumentos ao serviço do “espreitar pelo buraco da fechadura”, tão em voga e com os quais não sentimos qualquer preocupação, surge o grande problema da inconstitucionalidade da gravação e guarda dos ditos metadados.

Mas de que se trata?

Tão somente das empresas de telecomunicações guardarem por algum tempo (?) dados que recolhem quando utilizamos o telemóvel!

Registam o local onde utilizamos o telemóvel, a hora do início e do termo, o dia e ainda o número do dito!

O registo e a guarda destes dados é inconstitucional e não vai poder ser usado por quem necessita de saber por onde andamos, e, possivelmente, o que fazemos, pois podemos ser o criminoso.

Curiosamente ou não, é possível fazer a escuta daquilo que dizemos e que nos dizem nas nossas conversas telefónicas!

Também é possível sermos fotografados e filmados em qualquer local em que estejamos.

Afinal George Orwel 1984 chegou ou não?!

Se chegou, deve ser inconstitucional!

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