No seu quarto mandato, 14 Feiras de São Martinho passadas enquanto presidente da Junta de Freguesia da Golegã (JFG), Constantino Gaudêncio Lopes já viu altos e baixos no maior certame equestre da região. Sob o signo da crise, o optimismo de Constantino permanece inalterado, apesar da consciência das dificuldades. “A Feira tem vindo a afirmar-se nos últimos anos. Teve um período complicado por altura do 25 de Abril mas hoje está no seu
auge”, analisa, e explica o por quê dessa análise: “A Golegã está hoje muito mais preparada para receber a Feira, está preparada para os cavalos e para as pessoas, ao nível das infra-estruturas e da segurança”.

A vila, com cerca de 3900 habitantes, recebe durante a feira o impressionante número de perto de 1 milhão de visitantes, “há quem diga mais”. Constantino ainda é do tempo em que “havia automóveis estacionados até à ponte
da Chamusca e até ao Entroncamento. Hoje isso já não acontece, está tudo preparado para dar condições a quem nos visita”. A Feira mudou muito, “dantes andava-se a poupar um ano inteiro para a feira de quinquilharia, para
comprar algo como loiças, cobertores, casacos, samarras. Hoje a feira de quinquilharia, a existir, não teria expressão”. Ainda há zonas na feira com tendas a vender quinquilharia mas nada como dantes, em que as pessoas aproveitavam a ocasião para se abastecer de material só à venda naquele mês de feira, em que gastavam o que ganhavam na apanha do tomate, nas vindimas, nos proveitos do trabalho agrícola.

Para o presidente da Junta, a crise terá os seus efeitos na feira: “Sou leigo na matéria mas acredito que a crise afectará o evento, afecta tudo. A crise afecta a própria crise!”, mas não crê que o número de visitantes se ressinta muito. A vila da Golegã transforma-se durante a Feira do Cavalo e “uma enorme mancha de pessoas” invade-a.