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01 ABR 2007
A FESTA E A BÊNÇÃO
Por MARGARIDA TRINCÃO

 

À Festa da Senhora da Boa Viagem juntam-se as Festas do Concelho (dias 7 a 9 de Abril) e as ruas da vila ficam cobertas com tectos de flores de muitas cores.

 

Tal como sempre aconteceu, desde que a história oral ou registos escritos testemunham, a segunda-feira a seguir ao domingo de Páscoa é o grande dia dos festejos em Constância.
“No domingo era a festa das famílias e na segunda-feira a dos marítimos”, afirma António Matias Coelho. Em 1986, aos festejos da Senhora da Boa Viagem juntaram-se as Festas do Concelho, este ano na 21.ª edição, com um vasto programa de animação cultural e desportiva, mas o ponto alto continua a ser a chegada dos barcos.
Agora as embarcações festivas já não sobem o Tejo desde as suas terras de origem até Constância. A concentração é feita em Tancos, pelas 10h00 de segunda-feira e só a partir daí os barcos entram na água para uma viagem de cerca de três horas até ao cais de Constância.
Este ano são esperadas meia centena de embarcações oriundas de vinte e três concelhos ribeirinhos, de Abrantes à grande Lisboa. “Nem todos representam os municípios, há também barcos das juntas da freguesia, das associações de bombeiros e de outras colectividades”, esclarece Matias Coelho a quem cabe organizar o cortejo fluvial.
Um trabalho que começa quase de imediato ao termo da festa, mas que a partir de Janeiro, principalmente, conhece grande azáfama. Dantes os marítimos vinham por si, actualmente, é preciso fazer contactos, tratar da logística e um sem número de pormenores para que tudo corra bem. “As pessoas vêem os barcos em Constância e nem imaginam o que está por detrás. Eles já não vêm sozinhos”, continua.
A chegada é saudada pela Banda da Associação Filarmónica Montalvense 24 de Janeiro e contará com a presença da secretária de Estado Adjunta da Reabilitação, Idália Moniz.
Anteriormente, e é porque esta é também a Festa do Concelho, assiste-se ao içar das bandeiras Nacional e do Município, nos paços do concelho (às 9h30), e à passagem pelas ruas floridas.
Depois do almoço, as entidades convidadas presidem à abertura das mostras de artesanato e exposições (15h00) e uma hora mais tarde iniciam-se as cerimónias religiosas com a celebração da missa e a procissão até ao cais em honra de Nossa Senhora da Boa Viagem, para a bênção das embarcações
“E vinham amigos de fora, trazendo barcos consigo, para tomar parte na festa e receber a bênção que a Senhora vinha trazer às margens de ambos os rios. Em cada Páscoa, um novo alento. E depois voltar ao mar, a Senhora vos proteja, a todos boa viagem”, escreve Matias Coelho no seu livro “Nos rios de Constância – A Faina, a Fé e a Festa”.
Nos últimos anos, a bênção estende-se também às viaturas, na Praça Alexandre Herculano.
Mas, a festa dos marítimos só acaba um dia depois, com a “Terça de Praia”. Nesse dia, os marítimos e as suas famílias juntavam-se na praia para um almoço de confraternização e de despedida para mais um ano de labuta sobre as águas.

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