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22 MAR 2012
DESEMPREGO
Os números da região
Por SÓNIA PACHECO

 

Onze concelhos. Mais de sete mil desempregados. Na área de influência do jornal Abarca 5,8% da população está inscrita no Centro de Emprego. Em cinco anos, a população decresceu 2,9% e o desemprego aumentou 61,9%

 

Já trabalharam, mas precisam de um novo emprego, têm entre 35 e 54 anos, o 9.º ou o 12.º ano de escolaridade e estão inscritos no Centro de Emprego há menos de um ano. Este é o perfil da maioria dos desempregados da área de influência do jornal Abarca onde, relativamente a Dezembro de 2011, o desemprego subiu 7,5%. De acordo com os dados disponibilizados pelo IEFP, no final de Janeiro, 5,8% da população destes onze concelhos estava desempregada.
Comparativamente a Dezembro de 2011, apenas Chamusca conseguiu manter o desemprego nos 4,9%. Os restantes concelhos registaram um aumento. Em Ponte de Sor 8,3% da população está desempregada e em Abrantes situa-se nos 6,9%. Seguem-se Sardoal (5,9%), Constância (5,5%) e Gavião (5,2%). Abaixo da Chamusca estão Entroncamento (4,4%), Golegã (4,2%), Mação (3,8%), Vila Nova da Barquinha (3,7%) e Vila de Rei (3%).
Em Janeiro de 2012, registaram-se 1044 novas inscrições, tendo o número desempregados aumentado para 7055. A maioria (68,5%) está inscrita no Centro de Emprego há menos de um ano e a esmagadora maioria (91,2%) já trabalhou e procura um novo emprego.
Na região, o grupo etário dos 35 aos 54 anos é o mais afectado (44,4%), seguindo-se a faixa dos 25 aos 34 anos (25,2%). Com 55 anos ou mais contabilizam-se 16,4% dos desempregados e abaixo dos 25 anos contam-se 14,1%. Quanto ao nível de escolaridade, o maior número de desempregados tem o 9.º ou o 12.º ano. O primeiro regista 24,9% e o segundo 24,1%. Um pouco abaixo, com 20%, encontra-se o ensino primário. Os desempregados com cursos superiores situam-se nos 9,9% e sem qualquer grau de ensino registam-se 4,1%.
Na generalidade, até aos 25 anos estuda-se. A partir dos 35 são escassos os apoios à contratação e, consequentemente, os requisitos das ofertas de empregos estipulam esta como a idade máxima do candidato. A partir dos 55 anos é possível pedir a reforma antecipada. Por outro lado, a escolaridade obrigatória passou de quatro para seis anos em 1967. Em 1986 foi definida em nove anos e, em 2009, cifrou-se no 12.º ano. Estes factores podem justificar os números apresentados. No entanto, também se verifica que a maioria da população desta região tem entre 35 e 54 anos.
Relativamente às novas inscrições nos Centros de Emprego da região, 43,3% devem-se ao fim de contratos de trabalho temporário e 19,8% dos novos inscritos foram despedidos. 14,7% estavam inactivos e voltaram ao mercado de trabalho e 3,7% despediu-se. Em 2% a causa foi despedimento por mútuo acordo e 1,9% trabalhava anteriormente por conta própria.
São 7055 desempregados que representam 5,8% da população de onze concelhos, mas os números reais serão certamente superiores. Os dados apresentados referem-se apenas aos desempregados que estão imediatamente disponíveis para trabalhar, não estando contabilizados os que frequentam programas de emprego ou formação profissional, os indisponíveis temporariamente por motivos de doença, nem os que estando a trabalhar pretendem mudar de emprego.
No entanto, para animar o mercado de trabalho, verifica-se o aumento das ofertas de emprego e das colocações. Em Janeiro, contabilizaram-se 66 novas ofertas e 44 desempregados voltaram a ter emprego. Em Dezembro de 2011 tinham sido registadas 24 novas ofertas e 30 colocações.
Os sectores mais afectados pelo desemprego são a agricultura, construção civil, indústrias transformadoras, comércio e serviços de protecção e segurança.

 

Os últimos cinco anos na região

Entre 2007 e 2011, a população da área de influência do jornal Abarca decresceu 2,9%, mas o desemprego aumentou 61,9%. Os maiores aumentos foram registados em Ponte de Sor (3,7%), Mação (2,4%) e Abrantes (2,4%). Seguem-se Chamusca (1,8%), Entroncamento (1,7%), Vila Nova da Barquinha (1,5%), Gavião (1,3%), Constância (1,3%), Vila de Rei (1,3%), Sardoal (1,2%) e Golegã (1%).
O perfil dos desempregados, nos últimos cinco anos, não difere muito daquele que existe hoje. A maioria estava inscrita há menos de um ano, a esmagadora maioria procurava um novo emprego e eram mais mulheres do que homens, uma diferença que foi decrescendo significativamente. No entanto, Vila de Rei contraria a regra, tendo sido o único concelho que registou mais homens desempregados. Apenas no final de 2007, contava com igual número.
O grupo etário dos 35 aos 54 anos é, pelo menos, desde 2007, o que conta com maior número de desempregados. No final de 2011, representava 44% da população desempregada, mais 86,6% do que em 2007. Seguem-se as faixas etárias dos 25 aos 34 anos, dos 55 e mais anos e, em menor número estão os desempregados com menos de 25 anos. Na região, o grupo etário com menos de 25 anos não ultrapassou os 16,3% (2007). No entanto, contabilizando concelho a concelho, regista-se que, em Vila de Rei, representava 37,5% da população inscrita no Centro de Emprego no final de 2007 e em Sardoal ultrapassou os 20% em 2007, 2010 e 2011.
O nível de escolaridade é o único parâmetro onde se verifica uma evolução o que se pode justificar pela população cada vez mais qualificada. Entre 2007 e 2009, os desempregados detinham, na sua maioria, o ensino primário. Em 2010, evoluiu para o 9.º ano e, no final de 2011, o grupo de inscritos com o 12.º ano surge no topo da lista. Ligeiramente acima do 9.º ano, foi o grupo que registou a maior subida dos últimos cinco anos. Os desempregados com o 6.º ano de escolaridade tiveram a sua maior expressão no final de 2008, representando 19,3% da população desempregada. Os inscritos detentores de cursos superiores variaram entre os 8,1%, em 2008, e os 10,3%, em 2011. Sem surpresas, o grupo sem grau de qualificação decresceu 9,5%.
O número de inscrições nos Centros de Emprego da região cresceu 10,8% de 2007 para 2011. No entanto, verifica-se um decréscimo de novas inscrições desde 2010, embora não se tenha atingido valores inferiores a 2007. O aumento de desempregados nas contas finais explica-se pela acumulação de desempregados de longa duração, pelo aumento de 3,7% de empresários que deixaram de trabalhar por conta própria e de 3,1% de inactivos que voltaram ao mercado de trabalho. Refira-se que em Vila de Rei os inactivos que voltaram ao mercado de trabalho representaram 47,3% das novas inscrições em 2010.
O fim dos contratos temporários, tal como hoje, foi a principal causa. Aliás, em 2007 foi o motivo apresentado por 46,1% dos desempregados, número que cresceu para 50,8% em 2011. Também os despedimentos registaram um aumento de 26,5%. Nos despedimentos por mútuo acordo destaca-se uma redução de 19,9% e os trabalhadores que se despediram por opção própria decresceram 38,6%.
As ofertas que chegam aos Centros de Empregos diminuiram 15,7% nos últimos cinco anos e o número de desempregados que voltaram a ter trabalho sofreu uma redução de 7,9%.

 

Concelho a concelho

Durante os últimos cinco anos, Ponte de Sor foi o concelho com maior percentagem de população desempregada, apenas ultrapassado por Constância em 2007. Do lado oposto, Mação surge no topo da lista de concelhos com menos desemprego, tendo sido ultrapassado, em 2011, por Vila de Rei.
Por grupo etário, os desempregados com menos de 25 anos tiveram maior expressão em Vila de Rei (2007 e 2008) e Sardoal (2010 e 2011) e a faixa etária dos 25 aos 34 anos surgiu em maior número no Entroncamento (2008 a 2011). Na Golegã (2007 a 2009) e Ponte de Sor (2010 e 2011) verificou-se a maior percentagem de inscritos entre os 35 e os 54 anos. Chamusca (2007 e 2010) e Mação (2008 e 2009) estão no topo da lista dos desempregados com 55 ou mais anos.
Tendo em conta a escolaridade, os inscritos sem qualquer nível completo surgem em maior número na Chamusca (2007, 2008 e 2011) e no Gavião (2009 e 2010). Também a Chamusca (excepto em 2008) contabiliza a maior percentagem do grupo com o 1.º Ciclo do Ensino Básico completo. Os desempregados com o 6.º ano tiveram mais expressão no Gavião (excepto em 2009) e relativamente ao 9.º ano, a maior percentagem varia de ano para ano entre Sardoal (2007), Vila Nova da Barquinha (2008), Constância (2009), Vila de Rei (2010) e Mação (2011). O Entroncamento regista o maior número de desempregados com o 12.º ano (2007 a 2010) e com o ensino superior (2007, 2010 e 2011).
Algumas referências podem justificar as estatísticas. Chamusca e Gavião estão entre os concelhos da região com um nível de escolaridade mais baixo e o Entroncamento é o concelho com mais população detentora do ensino secundário e ensino superior.
O nível de escolaridade pode ainda relacionar-se com as causas das novas inscrições nos Centros de Emprego durante os últimos cinco anos. Os quatro concelhos com menor nível de escolaridade são os que registam maior número de inscrições de inactivos e empresários que pretendem voltar à condição de trabalhadores. Do lado oposto, os concelhos com maior nível de escolaridade são os concelhos que estão no topo da lista dos despedimentos por mútuo acordo.
Por outro lado, é igualmente interessante o facto de nos últimos três anos o concelho com mais inscrições de ex-inactivos que voltaram ao mercado de trabalho ser igualmente o concelho com mais empresários que deixaram de trabalhar por conta própria. São os casos do Gavião em 2009 e 2011 e de Vila de Rei em 2010. Em 2007, o primeiro motivo registou mais inscrições em Vila de Rei e o segundo motivo foi mais evidente em Mação, situação que se alternou em 2008. Quanto aos despedimentos, Chamusca surge no topo da lista.
Vila de Rei volta a estar em destaque por registar, em 2008 e 2011, a maior percentagem de inscrições de ex-trabalhadores que se despediram por opção própria. Os despedimentos por mútuo acordo não apresentam repetentes, sendo o topo da lista distribuído por Sardoal (2007), Golegã (2008), Constância (2009), Entroncamento (2010) e Vila Nova da Barquinha (2011). Mas no que respeita aos novos inscritos por fim de trabalho temporário, Ponte de Sor ocupa, indiscutivelmente, a primeira posição.

 

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