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01 MAR 2017
Números
Por Jornal Abarca

Wikipédia: “É um objecto da matemática usado para descrever quantidade, ordem ou medida.”

Os números terão surgido com a necessidade de contagem. A partir daqui desenvolveram-se as operações com os números, a partir das quais se tem verificado a existência de várias categorias de números, para além dos naturais, de acordo com as propriedades que apresentam.

Desde há muitos anos que utilizamos os algarismos indo-árabes para escrever os nossos números. Como sabemos é uma numeração decimal e posicional, pois utiliza dez algarismos que, de acordo com a sua posição, têm o seu valor. Permite escrever todos os números, ou quase todos!

Nos últimos anos da nossa história pátria os números têm servido para justificar muitas das actividades da nossa vida.

Todos os anos se justificam as Contas do Estado com um número “badalado” até à exaustão – o défice. Nem mais nem menos do que a diferença negativa entre a receita e a despesa do Estado. Gastamos mais do que recebemos! Talvez para não impressionar o cidadão este valor é, normalmente, traduzido em percentagem. Assim, nos tempos que correm fala-se que, no ano passado, o défice foi de 2,3%. É muito, é pouco?! Este número pouco nos diz, mas é o que é transmitido e discutido ao nível das mais altas instâncias governativas. Mas vejamos qual é o seu valor em euros: 4.255.700.000 Euros! Que grande número, assim é intratável. Pois é, mas é o valor que devíamos conhecer para percebermos o que se passa no País.

Também ouvimos falar do PIB, produto interno bruto, que, dizem, foi de 185.031 ME.

Ou seja, traduzido em euros: 185.031.000.000 euros. Se o défice foi de 2,3% temos para despesa do Estado o valor de (aproximadamente) 190.000 ME, ou seja 190.000.000.000 euros. Também podemos fazer outros cálculos sabendo que ficou por pagar, no ano passado, a fornecedores e credores do Estado, 1.812 ME, 1.812.000.000 euros. Deste modo o défice seria de 3,27%! Curioso, não?!

Mas, também ouvimos falar da dívida pública que se situa na ordem dos 236.283 ME, ou seja, 236.283.000.000 euros, muito mais do ganhamos num ano.

Apenas números?!

Mas podemos ainda acrescentar que estão previstos, para este ano, empréstimos ao Estado no valor de 95.520 ME, 95.520.000.000 euros, para pagamento de dívida a vencer no corrente ano no valor de 83.607 ME, 83.607.000.000 euros.

Não restam dúvidas de que estes objectos matemáticos podem-nos causar arrepios. Também não nos restam dúvidas de que facilmente somos manipulados com os números que nos transmitem e que mascaram a realidade.

Falar de 2,3% de défice, estamos no bom caminho, a “Europa” aceita este valor e saímos da situação de défice excessivo, é, nada mais nada menos, que taparem-nos os olhos com a peneira. Aquilo que nos interessa é conhecer as “verdadeiras quantidades” de dinheiro envolvidas e “disfarçadas” nos números que são divulgados.

Se pensarmos que o dinheiro do Estado é o nosso dinheiro, que é o resultado de todos os impostos que pagamos, ficamos a saber realmente qual é a nossa situação financeira pela qual todos, digo todos, temos que responder!

Os governantes entram e saem dos governos, mas nós ficamos. Mais tarde ou mais cedo, como já sucedeu, seremos postos perante este descalabro financeiro, e teremos que, de um modo ou de outro, pagar a dívida que esses governantes fizeram e da qual estão, ou têm estado, desresponsabilizados.

No mundo global da informação que temos alguém divulga estes números? Quase ninguém. Só interessa a “mentira ou não” do ministro, o futebol com mais de meia dúzia de canais televisivos com, pelo menos 4 comentadores cada, a confirmar se na jogada não sei quantos o árbitro decidiu bem ou mal!

Mal estaremos nós se não arrepiarmos caminho em relação a esta situação!

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