Home »
01 JUN 2017
Macronmania
Por Jornal Abarca

No início de Maio as elites políticas europeias respiraram de alívio. A democracia francesa imperou sobre o populismo, com a victória de Macron nas eleições. Tal como em 2012, viveu-se mais um momento eleitoral de euforia. A popularidade de Macron não se devia apenas ao facto de ele ter ascendido à presidência fora do aparelho partidário que tem governado a França. Tal como em 2012, Hollande foi eleito com grandes expectativas. Em plena crise económica, esperava-se que Hollande relançasse a economia francesa, fizesse frente ao predomínio alemão na Europa (uma afronta para o orgulho francês) e voltasse a repor a França no lugar visionário, reformador e de liderança que sempre lhe foi atribuído dentro da União Europeia. Ora, nada disso aconteceu. Na realidade, a França persiste em não cumprir com as metas orçamentais europeias, a economia continua estagnada e o domínio alemão prevaleceu. A França apenas não recebeu um tratamento mais severo da Comissão Europeia, à semelhança dos países do sul porque... bem, porque é a França, como disse o presidente da Comissão Europeia! Mas a França permanece num limbo decadente. E os franceses, longe de apenas saberem isso, sentem isso. Por isso, a eleição de Macron é uma espécie de Hollande parte 2, com ligeiras diferenças. A esperança e optimismo voltaram. Voltou-se a acreditar que a França se voltará a tornar no farol da Europa, que a França voltará a ser o centro europeu. O que os franceses parecem ter ignorado, é que em economia, não há resultados duradouros com soluções rápidas. Para a França voltar a brilhar, quer internamente, quer a nível europeu, tem de arrumar a casa primeiro. E a casa está bem desarrumada: contas públicas desequilibradas, défice elevado, economia anémica... Macron foi eleito com elevados níveis de popularidade. Mas será que a sua popularidade aguentará os choques sociais, económicos e políticos das duras medidas que terá de implementar para inverter o caminho que a a França tem seguido? Independentemente disso, terá de o fazer, caso contrário, a França apenas agudizará os seus problemas internos. Ao mesmo tempo, a Alemanha nunca estará disposta a flexibilizar a sua visão económica para a Europa e, esta, continuará a rodar num só eixo com centro em Berlim.

(0) Comentários
Escrever um Comentário
Nome (*)

Email (*) (não será divulgado)

Website

Comentário

Verificação
Autorizo que este comentário seja publicado



Comentários

PUB
crónicas remando
PUB
CONSULTAS ONLINE
Interessa-se pela política local?
 73%     Sim
 27%     Não
( 367 respostas )
© 2011 Jornal Abarca , todos os direitos reservados | Mapa do site | Quem Somos | Estatuto Editorial | Editora | Ficha Técnica | Desenvolvimento e Design