A artista entroncamentense Ana Rita, com a colaboração de amigos, expõe desde o último fim de semana os seus trabalhos mais recentes de fotografia na Galeria da Biblioteca Municipal de Azambuja. A exposição pode ser visitada até ao próximo dia 23 de abril e é uma excelente oportunidade para podermos apreciar a obra da fotógrafa, artista e também animadora sociocultural e curadora nos serviços culturais da Câmara do Entroncamento que, como o município da Azambuja, patrocinam a iniciativa cultural intitulada “A Máquina do Mundo”.
Ana Rita Narciso Mendes Pereira, integra atualmente projetos de ação sobre a temática da Economia Solidária, tendo em vista o desenvolvimento bioecológico e garante que gosta de “testemunhar as suas vivências e das palavras ponte, estafeta e trabalho.
Da sinopse de apresentação de “A Máquina do Mundo” pode ler-se: “Das tantas palavras que uma imagem denuncia, eis porque o desenho do olhar impresso, outrora riscado e decalcado, pode em si contar uma história. Imaginemos várias imagens e suas histórias a acontecerem; como na carruagem do comboio, de estação em estação, a viagem acontece de um ponto ao outro, de partida e de chegada. Depois, qual tecelão que passando o fio faz novo caminho, eis que percebe do achamento e resolve seu pano pronto”.
É nesta perspetiva poética que “ ‘A Máquina do Mundo’ é a fotografia apalavrada de Ana Rita que convida os amigos para juntos contarem da memória coletiva. Foi resgatada e, do impacto do território na viajante e seu processo transformador, nasce a narrativa: desde a nascente – do vulcão, na Ilha do Fogo/Mosteiros e do comboio, no Entroncamento – até ao vislumbre do advir”. A exposição começa por exprimir intensamente as emoções resultantes de uma visita de Ana Rita a Cabo Verde, mas é bastante mais que isso, atravessa a solidariedade entre povos, visita as mais permeáveis emoções humanas, valoriza a aproximação de culturas e é um pretexto para que, quem a visita, se interrogar um pouco mais para os múltiplos sentidos que a vida tem, e que tantas vezes nos passam despercebidos.