Manuel Fernandes Vicente, professor e escritor do Entroncamento, vai apresentar no próximo dia 13 de julho, sábado, às 17h30 no Centro Cultural da cidade ferroviária o seu novo livro O Vento das Sete Serras, com a chancela da Emporium Editora.
No livro, que reúne textos que o autor publicou no jornal abarca ao longo dos últimos anos e outros ainda não editados, o tema fulcral que dá coesão e unidade ao conjunto da obra, dividida por dez temas, são as serras e as montanhas do país e os povos que ainda nelas resistem, com as suas histórias anónimas, quase secretas, muitas vezes no singular, e recolhidas pelo autor “em trabalhos de reportagem, viagens ou simples deambulações sem sentido por caminhos que, não levando a lugar algum, arriscam sempre a possibilidade de uma descoberta ou de um propósito para uma reflexão”, como nos confessou Manuel Fernandes Vicente.
“As serras portuguesas, da Estrela, à Arrábida, do Gerês à serra da Freita e ao Caramulo, ou da de São Mamede às serras de Aire e Candeeiros e a muitas outras têm os seus segredos, muitas vezes escondidos em lendas, e a sua inteligência própria que quase sempre só estão ao alcance dos que nelas vivem há muitos anos e gerações sucessivas. Habitualmente oferecem condições de vida difíceis, por vezes quase impossíveis, mas têm as suas singularidades, que estão só ao alcance dos seus e lhes garantem, ou garantiam dantes, formas de vida igualmente singulares, mas genuínas”, adianta o autor em relação à sua quinta obra já publicada. Mas o contacto com cada montanha, que se percorre a calcar o chão, a olhar pelas suas paisagens que sabem (ou não) tranquilizar, a sentir o cansaço das pernas, os aromas do ar e as rugosidades das suas pedras, sobretudo se se for sem telemóvel nem GPS, são também uma forma de reflexão e um pretexto de contemplação que são sempre uma forma de meditar e ir mais longe, para além do que os quilómetros percorridos possibilitam.
O livro, com crítica e temas transversais à atualidade do país, e que não se esgotam no universo das serras e dos trilhos que as percorrem, reflete ainda sobre subtemas como “Caminhos e Paisagens Culturais”, “Mistérios”, “Costumes”, “Rostos”, e “Fés, Credos e Crenças”, entre outros.
Segundo o investigador cultural António Matias Coelho, “Manuel Fernandes Vicente é um achador de histórias. E um mestre da arte de as contar. Calcorreia caminhos improváveis”. Para o respeitado investigador cultural, “num país de mar e de serras, em que as serras se vão esgotando de gente, de vida e de memórias, valha-nos este Vento que delas sopra e nos traz de volta pedaços esquecidos ou mal conhecidos de um Portugal antigo e autêntico.”
Por outro lado, para o professor de História Alexandre Couto “O Vento das Sete Serras acicata a curiosidade, condu-la por caminhos mágicos e de uma maneira inusitada, e sob uma perspetiva única, leva-nos a um certo sentido da vida. A escrita é magistral, mescla de prosa e poesia, montanhas humanas povoadas dos seus escultores, segredos, lendas, locais, mistérios, tradições, cultos… desvendando e fazendo a exaltação do seu mundo com mestria. Está tudo lá para sorver e fruir até à última gota. Esta é talvez a melhor obra publicada nestes nos nossos dias. Apaixonante!”
Para a sessão de lançamento do livro no dia 13, para a qual está convidado o presidente da Câmara do Entroncamento, Jorge Faria, estão confirmadas as presenças dos professores José Manuel Ventura e Maria José Ventura, que farão uma análise própria de O Vento das Sete Serras, e do representante da Emporium Editora.
