A 29 de Outubro fará 50 anos que nasceu em Torres Novas o homem que dá voz à luta ambiental no concelho. Trabalha no Arquivo Histórico e Fotográfico da CP, é apaixonado por música mas o ambiente tornou-se uma causa de vida. Dá a cara numa luta feroz contra a Fabrióleo, empresa acusada de poluir a ribeira da Boa-Água.
Comecemos pelo fim. Foi recentemente a Tribunal, mais uma vez processado por difamação pela Fabrióleo que acabou por desistir da acção no dia da leitura da sentença…
Foi a segunda vez que desistiram em tribunal. A outra foi contra o António Gameiro que não aceitou. Da primeira vez fui absolvido, desta vez reconheci que me excedi na linguagem, já o tinha feito no Ministério Público quando fui interrogado. Acho isso normal, foi numa manifestação, estamos todos excitados, mas disse logo à minha advogada que não pedia desculpa
Sente-se perseguido?
Um pouco. Como trabalho em Lisboa passo pouco tempo em Torres Novas e não sinto tanto isso. Mas de vez em quando penso nisso, porque sei o tipo de pessoas com quem estou a lidar. Sei o que fizeram ao Arlindo [Consolado Marques] e continuam a fazer, com os processos judiciais cheios de mentiras… não me sinto intimidado, mas sei que posso ir a algum lado e as pessoas meterem-se comigo. Mas também há um sentido contrário, muitas pessoas que não podem dar a cara, mas que me dão apoio.
Estavam consigo alguns populares no dia da leitura da sentença em Lisboa. Tem sentido apoio das pessoas?
Sim! Claro que devia existir mais mobilização, mas no que diz respeito ao Carreiro da Areia estamos a falar de pessoas com uma idade avançada. É incrível como é que tenho o julgamento às 9 da manhã e tenho ali comigo trinta pessoas a apoiar-me. Pessoas com idade, doentes, sem meio de transporte. É incrível.
Poderá ler o resto da entrevista na edição em papel do Jornal Abarca, disponível nos postos de venda habituais.